"Joga-se tudo nas próximas semanas até março"
Numa declaração ao país, o Presidente da República declara que as próximas semanas determinarão "o que será a Primavera, o Verão e quem sabe o Outono".
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, frisa que "vivemos o período de longe mais difícil da pandemia", acrescentando que é prioritário "travar a escalada em curso". "E já."
"O que fizermos hoje até março, inclusive determinará o que era a Primavera, o Verão e quem sabe o Outono", referiu o chefe de Estado, numa declaração ao país. "Joga-se tudo nas próximas semanas até março. Para que a vaga inglesa passe e para que não surja uma nova vaga", acrescentou.
A declaração ao país é feita no mesmo dia em que o estado de emergência é renovado até dia 14 de fevereiro, pela décima vez, e em que Portugal quebrou recorde de número de mortos e de novos casos, com mais 303 pessoas vítimas da Covid-19 e mais 16.432 mil novos casos positivos. São mais dez óbitos que o anterior máximo, atingido na última quarta-feira.
Preparar para um "ensino à distância duradouro"
O número de mortes "cresce a um ritmo inimaginável": " e com ele cresce a perigosa insensibilidade à vida e à morte, mesmo de familiares, amigos, vizinhos, companheiros da vida". "Essa insensibilidade cresce ainda a negação do vírus, da sua gravidade, da necessidade do estado de emergência ou até do confinamento". E avisa que nenhuma dessas negações resolve "a multiplicação dos mortes" ou "o sufoco nos cuidados intensivos".
Para evitar uma nova vaga, o Presidente diz que é preciso estar "preparado para confinamento e ensino à distância mais duradouros do que se pensava no início desta escalada". Entre outras necessidade, Marcelo Rebelo de Sousa menciona a necessidade de "usar o controlo de fronteiras na entrada e na saída" e de "auto-confinamento" dos cidadãos nacionais para fora do país.
"Ainda vamos a tempo"
O chefe de Estado avisa ainda que "temos de ser mais estritos, mais rigorosos, mais firmes no que fizermos e não fizermos". "Ficar em casa. Sair só no imprescindível e com total proteção pessoal e social. Só assim será efetivamente viável testar a tempo e diminuir a disseminação do vírus", concretiza.
Porém, para Marcelo Rebelo de Sousa, "ainda vamos a tempo". "Se for verdade que a vaga é no ocidente e dos primeiros, então e preciso agir depressa e drasticamente. e esse o sentido das medidas hoje mesmo tomadas ao abrigo do decreto que assinei logo após a autorização da Assembleia da República", explicou.
Por fim, adverte ainda que é preciso não criar "especulações que nos enfraqueçam", como a questão de vacinar detentores de cargos políticos. "Ninguém de bom senso quereria fazer passar centenas ou um milhar de titulares de cargos políticos ou funcionários por muito importantes que fossem, de supetão à frente de milhares de idosos, com as doenças mais graves e, por isso, de mais óbvia prioridade."
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