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Covid-19: Elefante Branco, em Lisboa, interpõe providência cautelar para prolongar horário

20 de agosto de 2020 às 16:15

Providência cautelar foi aceite pelo Tribunal de Sintra. Administrador do bar alega que espaço de diversão noturna caminha para a falência.

Um bar em Lisboa interpôs hoje uma providência cautelar contra a decisão do Conselho de Ministros que determina que estes estabelecimentos só podem abrir como cafés ou pastelarias, disse o seu advogado.

"A providência [cautelar] visa anular e impugnar as normas que obrigam os estabelecimentos noturnos a funcionar como cafés ou pastelarias até às 20:00 e fundamenta-se numa insconstitucionalidade orgânica da Presidência do Conselho de Ministros", disse à Lusa o advogado do bar Elefante Branco, José Manuel Castro.

Em 30 de julho, o Conselho de Ministros determinou que os bares e discotecas, encerrados até então, poderiam funcionar enquanto pastelarias ou cafés, desde que cumprissem as mesmas regras de distanciamento destes estabelecimentos.

Os bares e discotecas que optassem por esta possibilidade podem funcionar até às 20:00 na Área Metropolitana de Lisboa e até às 01:00 (com limite de entrada às 24:00) no resto do território continental, como a restauração.

De acordo com o advogado, esta era "uma matéria da competência reservada da Assembleia da República", pelo que o Governo só poderia legislar sobre o assunto "com uma autorização legislativa, o que não aconteceu".

José Manuel Castro adiantou que a providência foi aceite hoje pelo Tribunal Administrativo e Fiscal de Sintra e que a mesma não tem efeitos suspensivos, pelo que foi dado um prazo de dez dias para que a tutela se pronuncie.

"Se a providência for decretada, o estabelecimento pode voltar a funcionar no seu horário normal de trabalho, que é até às 04:00", acrescentou.

O Elefante Branco, que também funciona como restaurante, pode atualmente receber clientes para refeições até às 00:00, com fecho à 01:00.

Segundo José Manuel Castro, a anulação da resolução do Conselho de Ministros permitiria ao estabelecimento funcionar até mais tarde, designadamente até às 04:00.

Contactado pela Lusa, o proprietário explicou que o objetivo final não é que o espaço volte a funcionar normalmente como discoteca, mas sim prolongar o horário de funcionamento como restaurante, pelo menos até às 03:00, já que também dispõe desse código de atividade económica.

"O Estado está-nos a empurrar a todos para a falência. Tenho 23 empregados a quem pagar um ordenado e vários impostos. Não sei como será possível", afirmou à Lusa o administrador do estabelecimento de diversão noturna, Luís Torres.

O proprietário sublinhou que se as normas são cumpridas até às 00:00, também podem ser cumpridas até às 03:00.

"Não faz sentido que à 01:00 venha a polícia e tenha de pôr toda a gente na rua", apontou.

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