Secções
Entrar

CDS defende recurso a privado para reduzir listas de espera de primeira consulta no SNS

04 de junho de 2019 às 13:35

Centristas propõem que sejam fixados tempos máximos de espera para consultas de especialidade e que, se o Estado não conseguir a consulta na rede pública, o doente possa escolher ser atendido num hospital do setor social ou privado.

OCDS-PPapresentou, esta terça-feira, a primeira medida do programa eleitoral para as legislativas de outubro nasaúdee propôs reduzir o tempo de espera para as primeiras consultas de especialidade recorrendo ao setor social e privado.

A quatro meses das eleições, a proposta foi antecipada pelo coordenador do programa eleitoral e ex-vice-presidente do CDS Adolfo Mesquita Nunes, no encerramento de dois dias de jornadas parlamentares do partido, no Porto, que tiveram a saúde como tema central.

Os centristas propõem que sejam fixados tempos máximos de espera para consultas de especialidade e que, se o Estado não conseguir a consulta na rede pública, o doente possa escolher ser atendido num hospital do setor social ou privado, se tiverem disponibilidade "mais imediata", de acordo com uma exposição detalhada distribuída aos jornalistas.

E recusam que o objetivo seja "privatizar o Serviço Nacional de Saúde (SNS), reencaminhando as pessoas para o setor privado e social", dado que, após a primeira consulta, "o utente regressa aoSNS, já com a primeira consulta feita".

Os pressupostos do CDS são que "o prognóstico de grande parte das doenças melhora quanto mais precoce for o seu diagnóstico e tratamento especializado" e que o diagnóstico atempado" das doenças "evita complicações de saúde, melhora a qualidade de vida das pessoas e reduz o recurso ao SNS em situações de urgência ou gravidade", segundo o texto divulgado.

Na prática, este modelo consiste em "importar" o que já foi adotado para as cirurgias e que tem provado estar a funcionar bem, de acordo com o CDS.

O documento, de quatro páginas, não detalha os custos da proposta, mas Adolfo Mesquita Nunes estimou que, num primeiro ano, será "sempre inferior a 40 milhões de euros"

"Do ponto de vista plurianual não significa um aumento de despesa", dado que o SNS "também deixa de realizar despesa inerente à consulta", admitindo-se, ainda, no texto, que a medida "pode significar" redução de despesa dado que as primeiras consultas "podem sair mais baratas, de acordo com a tabela em vigor".

Em termos anuais, a proposta "corresponde a uma antecipação da despesa que seria sempre realizada", de acordo com o documento e, em última análise, o número de consultas "depende única e exclusivamente da eficiência do SNS", se o Serviço Nacional de Saúde "não tiver listas de espera, este sistema não se ativa".

Esta medida é diferente de uma já adotada pelo Governo, alega o CDS, que permite ao doente escolher um hospital da rede público a para a primeira consulta da especialidade.

A líder do CDS, Assunção Cristas, encerra hoje, ao início da tarde, as jornadas parlamentares dedicadas à saúde, realizadas no Porto.

Descubra as
Edições do Dia
Publicamos para si, em três periodos distintos do dia, o melhor da atualidade nacional e internacional. Os artigos das Edições do Dia estão ordenados cronologicamente aqui , para que não perca nada do melhor que a SÁBADO prepara para si. Pode também navegar nas edições anteriores, do dia ou da semana.
Boas leituras!
Artigos recomendados
As mais lidas
Exclusivo

Operação Influencer. Os segredos escondidos na pen 19

TextoCarlos Rodrigues Lima
FotosCarlos Rodrigues Lima
Portugal

Assim se fez (e desfez) o tribunal mais poderoso do País

TextoAntónio José Vilela
FotosAntónio José Vilela
Portugal

O estranho caso da escuta, do bruxo Demba e do juiz vingativo

TextoAntónio José Vilela
FotosAntónio José Vilela