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Moção de confiança chumbada. Governo cai

Luana Augusto 11 de março de 2025 às 15:05

O Governo propôs que a comissão parlamentar de inquérito à empresa do primeiro-ministro tivesse 60 dias e não 90, mas o PS recusou. Moção de confiança acabou votada e chumbada.

A moção de confiança, votada esta terça-feira (11) em Parlamento, foi chumbada, o que significa que o País vai a eleições em maio, em data a definir. A votação obteve os votos contra do PS, Bloco de Esquerda, Chega, Livre e PCP. 

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O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, entretanto já convocou uma reunião com os partidos para amanhã e agendou o Conselho de Estado para as 15h quinta-feira. 

Em declarações aos jornalistas, após a votação da moção de confiança, o primeiro-ministro, Luís Montenegro, lamentou a queda do Governo e atribuiu as culpas ao PS. 

"Tentámos tudo, mas mesmo tudo o que estava ao nosso alcance. O Partido Socialista manteve-se intransigente. O Partido Socialista não quer respostas. Quer que a situação de impasse se prolongue", considerou. 

Os vários partidos políticos estiveram esta terça-feira reunidos no Parlamento, durante aproximadamente quatro horas, para discutir e votar uma moção de confiança - que foi chumbada. Durante este tempo, o Governo anunciou que estava disposto a retirar a moção de confiança, caso se se verificasse o encurtamento do prazo da Comissão Parlamentar de Inquérito. Tal não aconteceu. 

O PS propôs uma Comissão Parlamentar de Inquérito de 90 dias, enquanto o Governo sugeriu uma comissão de 15 dias. Depois disso, durante a suspensão dos trabalhos, que ocorreu durante uma hora, o Governo propôs um novo prazo (60 dias) - até ao final de maio – mas tal proposta também foi recusada pelo PS.  

"Lamento muito o que aconteceu no Parlamento", começou por dizer o secretário-geral do PS após a votação da moção de confiança. "Foi uma vergonha. A verdade não tem tempo." 

A tarde desta terça-feira ficou ainda marcada pela tentativa de suspensão da moção de confiança, durante 30 minutos. O PSD propôs uma reunião à porta fechada com o PS – encontro este que acabou recusado pelo mesmo e por alguns partidos.  

Luís Montenegro sugeriu também colocar um fim à moção de confiança caso Pedro Nuno Santos clarificasse o que pretende saber sobre a empresa Spinumviva. O secretário-geral do PS acabou por não colocar nenhuma questão. 

Apesar de o Governo considerar que fez tudo o que estava ao seu alcance, a verdade é que Pedro Nuno Santos já havia deixado claro, no arranque do debate, e em entrevistas anteriores, que não viabilizaria uma moção de confiança. 

"Esta crise é da responsabilidade do primeiro-ministro e nós dissemos que nunca aceitaríamos viabilizar uma moção de confiança. Se votaríamos contra a moção de confiança, em janeiro, hoje temos mais razões para chumbar a moção de confiança." 

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