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Rui Rio pede a demissão de Mário Centeno

13 de maio de 2020 às 19:12

Presidente do PSD defende que, "se estava mal", o ministro das Finanças ficou "ainda pior" depois das suas declarações no Parlamento, onde Centeno garantiu que a injeção de capital no Novo Banco "não foi tomada à revelia" do Conselho de Ministros.

O PSD intensificou a pressão sobre Mário Centeno e defende que o ministro das Finanças não tem condições para continuar no Governo.

Através da rede social Twitter, o líder social-democrata, Rui Rio defende que Centeno "não 
tem condições para continuar". 

"Se estava mal, com esta prestação na AR, Centeno ainda ficou pior. Não tem condições para continuar! Mal vai um PM que mantém um Ministro que não lhe foi leal, que tem a crítica pública do PR, que a bancada do PS não defendeu e que diz ser irresponsável fazer o que o PM anunciou", lê-se na publicação do social-democrata.

Em declarações aos jornalistas na Assembleia da República, Rui Rio verbalizou as críticas que já tinha deixado antes numa publicação no Twitter, em que defendeu que Mário Centeno "não tem condições para continuar" no Governo e que será "uma má decisão" se António Costa o mantiver no executivo.

"Ele não foi leal ao primeiro-ministro, ele já tem uma crítica pública do Presidente da República e, hoje à tarde, no debate no parlamento a bancada do PS não o defendeu, limitou-se a criticar o passado para não ter de ficar calado", disse.

O líder do PSD referiu-se ainda à audição parlamentar de Mário Centeno, hoje de manhã: "Disse que seria irresponsável não se pagar [ao Fundo de Resolução] e esperar pela auditoria [ao Novo Banco]. Ao dizer isto, está a considerar que quer o primeiro-ministro quer o Presidente da República foram irresponsáveis". Questionado se essa demissão deve acontecer antes do debate, na quinta-feira, do Programa de Estabilidade, Rio remeteu a avaliação do `timing´ para o primeiro-ministro.

No entanto, à pergunta se Mário Centeno terá condições para protagonizar esse debate, o líder do PSD foi claro.

"Eu pessoalmente acho que não tem, mas veremos se ele vem ou não, veremos quem é que o Governo manda amanhã para o Programa de Estabilidade", disse.

Rio fez questão de salientar que esta posição reflete "o que faria se estivesse no lugar do primeiro-ministro".

"Não é a oposição que faz remodelações, depois há um juízo político sobre o primeiro-ministro se mantém em funções um ministro das Finanças que tem este comportamento", afirmou.

Instado a comentar as palavras do Presidente da República, que considerou que o primeiro-ministro "esteve muito bem" ao remeter nova transferência para o Novo Banco para depois de se conhecerem as conclusões da auditoria que abrange o período 2000-2018, Rio destacou a experiência política de Marcelo Rebelo de Sousa.

"O senhor Presidente da República anda na política há muito mais anos que eu e tem o cargo que tem, não vai fazer uma afirmação gratuita, está obviamente a fazer uma critica à opção do ministro das Finanças", considerou.

Questionado se não teme as consequências de uma demissão do titular da pasta do ministro das Finanças numa situação de crise económica provocada pela pandemia de covid-19, o líder do PSD admitiu que "não é desejável".

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