As jovens democracias da Europa de Leste ainda vivem com algo que para nós, portugueses, nem sequer é uma questão: o medo do opressor russo. Esta é a pergunta a que a Europa - e Portugal - tem de responder.
"Se a Rússia invadir, os portugueses vêm ajudar-nos?"
A pergunta foi-me feita assim, diretamente, pelo camarada romeno Ionut Iordachescu. Estávamos na Estónia, no verão de 2016, a acompanhar um conjunto de exercícios militares da NATO conhecidos por Saber Strike. A anexação da Crimeia tinha ocorrido dois anos antes – a primeira vez desde a II Guerra Mundial que uma parte de um país europeu foi anexada por outro – e o regime liderado por Vladimir Putin tinha já um historial de ingerência nos assuntos internos dos estados da antiga União Soviética e conduzia um conjunto de exercícios militares cada vez mais agressivos junto às fronteiras da Europa.
O Saber Strike era uma espécie de resposta a essas mobilizações militares de Moscovo. Uma demonstração da capacidade das forças da Aliança Atlântica, para transmitir um sinal de segurança e ir ao encontro da promessa do então presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, quando visitou Talin: "Perderam a vossa independência uma vez. Com a NATO, nunca a voltarão a perder".
Os camaradas oriundos dos países da Europa de Leste assistiam aqueles exercícios com um entusiasmo e satisfação que para mim era difícil de compreender. Foi quando a pergunta surgiu em conversa: "Se a Rússia invadir, os portugueses vêm ajudar-nos?" Perante o meu olhar interrogativo, o meu camarada insistiu: "Se a Rússia invadir, o que é que os portugueses farão."
Por breves segundos pensei, sem o dizer: "mas porque é que os russos iriam invadir?" Foi então que percebi. Apesar de partilharmos o mesmo continente e os mesmos valores, de termos liberdade de circulação e em alguns casos a mesma moeda, as jovens democracias da Europa de Leste ainda vivem com algo que para nós, portugueses, nem sequer é uma questão: o medo. Do opressor russo, do fantasma da vida sob o jugo da antiga União Soviética, da ameaça do fim das liberdades que para nós são dados adquiridos e incontestáveis.
Esta manhã, com a invasão russa da Ucrânia, lembrei-me várias vezes dessa conversa com o meu camarada Ionut que, percebi através das redes sociais, também está em Kiev a acompanhar aquela que pode ser uma página negra na história da Europa. Lembro-me que, na altura, lhe dei a resposta mais simples: "claro que sim, somos aliados, membros da NATO e temos de nos defender uns aos outros." Lembro-me também que ele insistiu, como bom repórter que é: "Está bem, isso é o que estás a dizer. Mas e os portugueses, eles percebem o que nós vivemos e passamos?"
Na ocasião fui honesto e expliquei-lhe que, provavelmente, não. Que o fantasma da antiga União Soviética era algo que nem sequer passava pela cabeça dos portugueses de tão distante que era – e esperava que assim continuasse. Infelizmente, hoje todos sabemos o que esse fantasma significa, ainda que à distância. Mas a pergunta faz mais sentido do que nunca: "Se a Rússia invadir, os portugueses vêm ajudar-nos?" É a isso que a Europa - e Portugal - tem de responder.
“Se a Rússia invadir, os portugueses vêm ajudar-nos?”
A vitória curta da AD. A queda estrondosa do PS. A noite de glória do Chega. O adulto da sala da esquerda. E o fenómeno dos 100 mil votos num partido inexistente.
Na passagem de testemunho, António Costa não conseguiu melhor do que elogiar a idade de Pedro Nuno Santos. Foi pouco. Mas mostrou, com entusiasmo, que continua longe da reforma
Pedro Nuno Santos representa a continuidade de tudo o que está em causa na crise que levou à queda do Governo: a informalidade, a gestão irresponsável dos recursos do Estado, a desvalorização dos comportamentos ou a ocupação pelo PS de cargos no aparelho do Estado.
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Seria bom que Maria Corina – à frente de uma coligação heteróclita que tenta derrubar o regime instaurado por Nicolás Maduro, em 1999, e herdado por Nicolás Maduro em 2013 – tivesse melhor sorte do que outras premiadas com o Nobel da Paz.
“S” sentiu que aquele era o instante de glória que esperava. Subiu a uma carruagem, ergueu os braços em triunfo e, no segundo seguinte, o choque elétrico atravessou-lhe o corpo. Os camaradas de protesto, os mesmos que minutos antes gritavam palavras de ordem sobre solidariedade e justiça, recuaram. Uns fugiram, outros filmaram.
É excelente poder dizer que a UE já aprovou 18 pacotes de sanções e vai a caminho do 19º. Mas não teria sido melhor aprovar, por exemplo, só cinco pacotes muito mais robustos, mais pesados e mais rapidamente do que andar a sancionar às pinguinhas?
Um bando de provocadores que nunca se preocuparam com as vítimas do 7 de Outubro, e não gostam de ser chamados de Hamas. Ai que não somos, ui isto e aquilo, não somos terroristas, não somos maus, somos bonzinhos. Venha a bondade.