Trump andou meses a gozar connosco. Não, o Presidente dos EUA nunca teve real intenção de proteger a Ucrânia. A visão da Administração norte-americana sempre foi a de suposta (e totalmente errada) equivalência entre agressor e agredido. O Plano de Paz de 28 pontos foi gizado entre americanos e russos, sem pôr ucranianos e europeus à mesa. Sanções à Rússia? Pressão sobre Putin? Nevoeiro. O comprometimento pró-Kremlin de Trump sempre esteve lá.
A retórica de suposta pressão de Washington sobre Moscovo projetada por Trump nos últimos meses (sanções "nunca vistas", Putin "não cumpre o que diz"...), era apenas nevoeiro para tentar enganar-nos. Donald andou a gozar connosco este tempo todo. Não, o Presidente dos EUA nunca teve real intenção de proteger a Ucrânia e travar a Rússia. O que sempre esteve realmente a dominar as opções da atual Administração norte-americana: uma suposta (e totalmente errada) equivalência entre agressor e agredido nas responsabilidade de se "chegar à paz"; uma vantagem a Moscovo sobre Kiev nos pressupostos do que pode levar a um cessar-fogo. Trump nunca mostrou perceber verdadeiramente o que está em causa. Os receios das primeiras semanas de 2025 confirmaram-se: a Casa Branca quer mesmo resolver a questão ucraniana sem Ucrânia e UE à mesa. O que se tentou cozinhar entre Washington e Moscovo nos primeiros dois meses do ano voltou a ser preparado neste final de ano, desta vez nos bastidores entre Kiril Dmitriev (o gestor do Fundo Soberano russo, o homem mais próximo dos americanos entre os próximos de Putin), e Witfoff, Kushner e, mais tarde, Rubio. À revelia dos ucranianos e dos europeus e até sem Lavrov. Encontros paralelos, à margem dos canais institucionais, desrespeitando os valores fundamentais, olhando para interesses económicos baseados em negociatas duvidosas. É nisto que dá colocar na Casa Branca um empresário que destrata a Europa e se deixa levar pelo poder de oligarcas e líderes autoritários.
Para poder adicionar esta notícia aos seus favoritos deverá efectuar login.
Caso não esteja registado no site da Sábado, efectue o seu registo gratuito.
Para poder votar newste inquérito deverá efectuar login.
Caso não esteja registado no site da Sábado, efectue o seu registo gratuito.
Nos próximos dez anos, ninguém nos garante que André Ventura não se tornará Primeiro-Ministro e que não tente um assalto à Constituição para construir a prometida “quarta república” onde vigorarão os tais “três Salazares”.
Do Minho ao Algarve, 22 sugestões para gozar os fins-de-semana prolongados de dezembro. E ainda: médicos prescrevem atividades como dança ou jardinagem; de onde vem o dinheiro para as Presidenciais?