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A Europa percebeu que se deixasse passar os 28 pontos do plano Witkoff-Dmitriev seria cúmplice da capitulação da Ucrânia e sofreria, por tabela, ainda maior ameaça russa. Trump, um catavento que é fraco com os fortes, passou de posição pró-russa para um plano com base de negociação bem mais aceitável, depois da intervenção de Paris, Londres, Berlim e do Departamento de Estado liderado por Marco Rubio. "Just in case", a França de Macron e a Alemanha de Merz vão-se preparando para a guerra. Fazem bem.
Passou a ser regra decretar que a Europa "é fraca, incapaz e já não conta para nada". A última semana mostrou o contrário. Os 28 pontos desenhados por Witkoff e Dmitriev previam, na prática, a capitulação da Ucrânia, com patrocínio e benefício dos EUA de Trump e perversa vantagem do agressor. Zelensky, de novo à altura do momento histórico, avisou: "Não queremos perder o aliado americano, mas não podemos perder a dignidade". Em Washington, Rubio e alguns senadores republicanos conseguiram impor ao Presidente a via diplomática mais institucional do Departamento de Estado, em detrimento da ganância dos negócios. Kiev, Europa e o segmento mais pró-NATO da Administração Trump agiram rapidamente e surgiu contraplano europeu que deixou claro três coisas fundamentais: 1) as fronteiras não podem mudar à força, muito menos poderá premiar-se quem agride, mata e destrói; 2) a Ucrânia precisa de garantias de segurança robustas (e não só de boca, nem sequer no papel) para aceitar um cessar-fogo durável; 3) o financiamento da Defesa ucraniana terá de continuar por alguns anos, sem limitações irrealistas ao exército de Kiev, perante o realismo de uma Ucrânia fora da NATO e num caminho de integração europeia. A partir daqui, já podemos falar em "negociação aceitável". Há um imenso trabalho diplomático a percorrer. Trump, catavento que é fraco com os fortes, passou de posição pró-russa para plano de negociação bem mais aceitável. Já não está em cima da mesa limitar para metade o exército do agredido, sem nada exigir ao exército do agressor. E já não há referências a "amnistia total" aos crimes de guerra russos. Muito menos a uma suposta "mediação" dos EUA na relação entre NATO e Rússia (como assim? então os EUA não estão do lado da NATO nessa relação?), nem a exigência à Ucrânia de retirar de territórios que a Rússia nem sequer conquistou pela guerra. Apagar absurdos é o mínimo para um princípio de conversa.
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Há um ataque em curso que vai contra os cérebros humanos e esse ataque parece ter vários pontos de partida. Isto a propósito do que Macron afirmou por estes dias: “Estamos numa guerra cognitiva com a China”, expressão importante e que, assim formulada, exige reflexão.