Frederico Varandas terá agora oportunidade de provar que o Sporting é capaz de ter sucesso mesmo sem Ruben Amorim.
1. Estes dias desportivos têm sido marcados pela notícia explosiva que dá conta que Ruben Amorim estará de saída do Sporting para ir treinar o colosso europeu Man Utd.
Mesmo sem saber o que vinha por aí, há cerca de duas semanas havia afirmado na CMTV, a respeito da saída de Hugo Viana para o Manchester City e dos rumores que logo se lançaram sobre Ruben Amorim seguir o mesmo destino no final da época para substituir o inigualável Guardiola, que o projecto Man Utd era mais um fato à medida de Ruben Amorim, havendo um certo paralelismo com o que sucedeu aquando o seu ingresso no Sporting onde encontrou um grande clube mergulhado numa enorme crise de resultados fruto de uma gestão desportiva caótica levada a cabo por Frederico Varandas e Hugo Viana (quem não se recorda das contratações dos treinadores Marcel Keizer e Silas e dos jogadores Jesé, do lesionado Fernando, Bolasie, Sporar, Camacho, etc).
Aliás, se hoje se elogia bastante a "estrutura" do Sporting, convém relembrar que o que provocou uma mudança radical de paradigma na política desportiva e mentalidade do clube de Alvalade foi mesmo Ruben Amorim que, para além da reconhecida e indiscutível competência técnica e tática, revelou ser um líder notável e um fantástico comunicador.
Frederico Varandas terá agora oportunidade de provar que o Sporting é capaz de ter sucesso mesmo sem Ruben Amorim pois caso contrário as suas recentes proclamações de que o Sporting tem uma estrutura competente e capaz de suprir a saída de qualquer elemento não passarão de expressões vazias e autoelogios infundados, ficando evidente para todos que os êxitos do Sporting nestes últimos 4 anos foram apesar de e não graças ao trabalho desenvolvido pelo Presidente do Sporting.
2. Perante a mais do que previsível saída de Ruben Amorim, logo se levantou um coro de críticas de adeptos sportinguistas contra o técnico, numa espécie de catarse colectiva, acusando-o de traição e deslealdade para com a Direção, massa associativa e jogadores do clube de Alvalade, como se todos e cada um deles, perante a oportunidade de treinar um dos melhores e mais ricos clubes do mundo, fosse hesitar um segundo que fosse em agarrar a oportunidade de uma vida que poderá jamais voltar a passar.
Aliás, num cúmulo de hipocrisia, pude ler nas páginas do jornal Record que alguns jogadores do plantel do Sporting sentiram-se traídos por Ruben Amorim por terem fechado as portas do mercado em prol de um projecto comum, como se alguém acreditasse que qualquer um desses jogadores não apanharia o primeiro avião quando confrontados com um convite de um clube da dimensão do Man Utd.
Perante esta autêntica bomba que promete abalar os alicerces do clube de Alvalade, vi quase toda a gente a dizer que o Sporting nada poderia fazer na medida em que o clube inglês aceita pagar a cláusula de rescisão e Ruben Amorim pretende abraçar esse enorme e aliciante projecto, mas não vi quase ninguém referir que o Sporting meteu-se a jeito quando, no âmbito das negociações que levaram à renovação do contrato de Ruben Amorim, aceitou reduzir o valor da cláusula para tubarões europeus e, pior do que isso, não salvaguardou, por exemplo, que o valor da mesma aumentaria para o dobro ou triplo no caso de ser exercida no decorrer da época desportiva ou, simplesmente, que só vigoraria finda a mesma.
Alguns procurarão refutar a crítica exposta apregoando que estas foram as condições impostas por Ruben Amorim para aceitar a renovação mas a verdade é que a renovação foi materializada num contexto negocial muito favorável para a Direção do clube de Alvalade dado que o Sporting encontrava-se, nessa fase (13.ª jornada), em quarto lugar a 12 pontos do líder, estando, praticamente, já afastado da luta pelo título depois de um ano em que havia ficado em 2.º lugar, pelo que se o Sporting não se salvaguardou convenientemente sob o ponto de vista contratual e da defesa dos seus interesses, é porque a famosa estrutura não quis ou não soube.
3. Parece claro para todos que o Sporting não aceitou sem engulho a decisão de Ruben Amorim em partir para outras paragens, tendo provocado dissimuladamente o treinador com um post publicado nas redes sociais momentos antes do comunicado à CMVM, e castigado o treinador ao obriga-lo a ficar no Sporting até à paragem para as selecções.
Confesso que não deixa de me causar estupefacção como é que o Sporting, sabendo que o treinador já só mantém o corpo em Alvalade e que os jogadores há muito que perceberam que Ruben Amorim já se despediu deles, considera benéfico manter o treinador à frente da equipa nos próximos jogos.
Percebo o desconforto e o desagrado do Sporting com o timing da saída de Ruben Amorim mas a partir do momento em que o Sporting aceitou que se inserisse uma cláusula de rescisão daquele montante perante um tubarão europeu e que a mesma podia ser acionada em qualquer momento da temporada, tinha a obrigação de saber que este cenário podia vir a acontecer.
Afinal, não era Frederico Varandas que se gabava, justamente, de ter um dos melhores treinadores do mundo?
4. O FC do Porto fez, finalmente, uma exibição de enorme qualidade nas Aves, onde a equipa da casa, cujo nome não consigo atinar, ainda não havia perdido e só tinha sofrido um golo até então, tendo apresentado um futebol criativo, associativo, intenso e agressivo com e sem bola, ora a explorar zonas interiores, ora a desequilibrar em profundidade.
Vítor Bruno armou muito bem a equipa para este jogo e as suas apostas em Namaso nas costas do ponta de lança e Pepê a ala esquerdo resultaram em cheio, pois Namaso liga muito bem o jogo e é mais agressivo na primeira fase de pressão e Pepê respira muito melhor na ala esquerda dado que lhe permite romper em profundidade ou fletir para zonas interiores com o seu melhor pé.
A acrescer a tudo isto, Fábio Vieira empresta inteligência superlativa e critério com bola na ala direita, disso beneficiando em doses industriais Martim Fernandes que fez uma exibição em cheio sob o ponto de vista ofensivo.
A dupla de centrais parece encontrada e oferece solidez defensiva e boa saída de bola, sendo que Nico e Varela asseguram o controle do meio campo e o comando das operações.
Propositadamente não referi Samu e se pudesse não permitia quaisquer imagens dos seus golos.
Quase que apetece dizer, "está a ser tão bom, não foi"?
Há quem ainda não consiga encarar um FC Porto sem Pinto da Costa, tal era o culto da personalidade que cultivavam, e mostre resistência em estar de corpo e alma com o clube, aproveitando qualquer momento menos bom para apoucar quem dirige os destinos do FC Porto.
É inegável que o FC Porto ficou mais fraco com o fim do mercado de Janeiro e que a luta pelo título parece ser cada vez mais uma miragem, mas aproveitemos os próximos meses pela frente para trabalhar as novas ideias do treinador, fazer crescer os jovens jogadores do plantel e lutar pelo acesso à tão importante Champions League.
Se no FC Porto não há anos zero, este será o ano zero de Martin Anselmi que deverá lançar as bases para termos um FC Porto competente e muito melhor preparado no futuro.
O tempo que avaliará Anselmi não é o tempo dos adeptos que exigem respostas imediatas em campo e resultados desportivos à altura dos pergaminhos do FC Porto.
Perante este cenário grotesco, que permite perceber melhor como é que uns iam enriquecendo enquanto o clube ficava cada vez mais perto do abismo financeiro, não é possível nem aceitável que não se extraiam consequências desta auditoria. Só assim estaremos a ser implacáveis com quem tiver lesado o FC Porto.
Para poder adicionar esta notícia aos seus favoritos deverá efectuar login.
Caso não esteja registado no site da Sábado, efectue o seu registo gratuito.
O humor deve ser provocador, desafiar convenções e questionar poderes. É um pilar saudável da liberdade de expressão. Mas quando deixa de ser crítica legítima e se transforma num ataque reiterado e desproporcional, com efeitos concretos e duradouros na vida das pessoas, deixa de ser humor.
O poder não se mede em tanques ou mísseis: mede-se em espírito. A reflexão, com a assinatura do general Zaluzhny, tem uma conclusão tremenda: se a paz falhar, apenas aqueles que aprendem rápido sobreviverão. Nós, europeus aliados da Ucrânia, temos de nos apressar: só com um novo plano de mobilidade militar conseguiríamos responder em tempo eficaz a um cenário de uma confrontação direta com a Rússia.
Até porque os primeiros impulsos enganam. Que o diga o New York Times, obrigado a fazer uma correcção à foto de uma criança subnutrida nos braços da sua mãe. O nome é Mohammed Zakaria al-Mutawaq e, segundo a errata do jornal, nasceu com problemas neurológicos e musculares.