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A auditoria do FC Porto não pode ficar sem consequências
Perante este cenário grotesco, que permite perceber melhor como é que uns iam enriquecendo enquanto o clube ficava cada vez mais perto do abismo financeiro, não é possível nem aceitável que não se extraiam consequências desta auditoria. Só assim estaremos a ser implacáveis com quem tiver lesado o FC Porto.
1. A auditoria forense realizada aos últimos 10 anos da SAD do FC Porto é uma autêntica galeria dos horrores.
Através dela ficamos a saber que (i) o FC Porto pagou cerca de 158 Milhões de Euros de comissões relativas à aquisição e venda de jogadores naquele período, sendo que em 20% do total das aquisições de jogadores a comissão paga foi superior a 30%, (ii) teve uma perda de cerca de 5 Milhões de Euros com apoio logístico indevido e venda de bilhetes aos Super Dragões, (iii) suportou milhares de euros de despesas de plafond contraídas por Administradores da SAD (jantares, jóias, obras de construção civil, etc), (iv) contratou vários jogadores ao Portimonense por valores inexplicáveis e dezenas de outros sem qualquer relatório do departamento de scouting, etc.
Os prejuízos directos estimados para o clube são na ordem dos 60 Milhões de Euros, sendo que esta auditoria nem sequer se debruçou sobre o que poderá resultar do âmbito da operação judicial intitulada por Bilhete Dourado, onde a SAD do FCP entende que o FC Porto foi objecto de um "astucioso e deliberado plano" que lhe terá causado "avultados prejuízos" com a bilhética.
E se os prejuízos directos são naquela ordem de grandeza, os indirectos são incalculáveis.
Na verdade, não nos podemos esquecer que todo aquele despautério levou o clube a ter de tapar os avassaladores buracos financeiros com antecipação de receitas e financiamentos contraídos a taxas elevadas, acarretando uma menor disponibilidade e capacidade financeira para adquirir jogadores e uma crescente necessidade de vender os seus melhores activos a preços de saldo para obter, de qualquer forma e feitio, liquidez para ir cumprindo os seus compromissos e com isso não ser alvo de sanções da UEFA, disto tudo saindo lesado o clube que passou a ter menos condições para lutar pelos títulos das competições em que estava inserido bem como pelo próprio acesso à Champions League, privando-o assim de receitas muito significativas, já para não falar do inerente prestígio e valorização de activos daí decorrente.
Perante este cenário grotesco, que permite perceber melhor como é que uns iam enriquecendo enquanto o clube ficava cada vez mais perto do abismo financeiro, não é possível nem aceitável que não se extraiam consequências desta auditoria.
Só assim estaremos a ser implacáveis com quem tiver lesado o FC Porto.
2. Ao longo dos últimos dias tenho lido e ouvido as mais diversas justificações para explicar a derrota e a miserável exibição do FC Porto na Madeira e a nova crise que assola o Dragão.
Houve quem dissesse que o problema reside na falta de qualidade do plantel do FC Porto como se tivéssemos defrontado o Real Madrid e não o penúltimo classificado da Liga que já havia sido goleado em casa por Sporting e SC Braga e onde o Benfica também havia passeado as camisolas.
Houve ainda quem apontasse o dedo às escolhas do treinador na formação do onze como se qualquer jogador do FC Porto não fosse melhor do que o melhor jogador do Nacional e como se o FC Porto não tivesse obrigação de jogar para ganhar ao Nacional até com os suplentes.
Li ainda algo mais rebuscado como seja que esta nova crise de resultados deve-se à desestabilização que a abertura do mercado de Janeiro provocou no balneário tal deve ser a cobiça de grandes clubes europeus por jogadores do FC Porto ou não estivéssemos a brilhar por essa Europa fora e dentro de portas graças a exibições avassaladoras e cheias de classe e qualidade.
Aliás, os maus resultados e as confrangedoras exibições do FC Porto no mês de Novembro, onde somou 3 derrotas, uma delas humilhante no Estádio da Luz, talvez se expliquem também pelo mercado mas aí de Natal dado que os jogadores podem ter acusado a ansiedade de saber que teriam que enfeitar o pinheirinho com bolas vermelhas.
3. A verdadeira raiz do problema que não adianta sonegar com teorias pueris reside na falta de competência colectiva da equipa do FC Porto e essa tem um único responsável, Vítor Bruno e a sua (inexperiente) equipa técnica.
E a isto parece somar-se agora a incapacidade do treinador em fazer passar a sua mensagem para os jogadores pois só isso é que explica que este tenha vindo dizer no final do jogo que a equipa do Nacional quis ganhar mais do que o FC Porto como se isso fosse aceitável ou compreensível quando, ainda por cima, estava em causa a liderança no campeonato, algo que o FC Porto já não conhece há mais de 900 dias.
Ora, se nem num jogo destes os jogadores do FC Porto quiseram ganhar mais do que o adversário, vão querer quando?
Perante isto parece que a solução encontrada internamente passou pelo Presidente do FC Porto ter conversas individuais com alguns jogadores para discutir o momento de forma que atravessam.
Isto, a ser verdade, não devia transpirar para o exterior pois não só fragiliza ainda mais o treinador do FC Porto aos olhos dos adeptos, que ficam a pensar que o Presidente do FC Porto está a procurar suprir as lacunas do treinador do FC Porto ao nível da mensagem e da gestão do grupo e do balneário, como parece revelar que a imprensa sabe tudo o que se passa no interior do clube, o que não é desejável.
É verdade que o FC Porto só está a um ponto do primeiro classificado e que neste cenário ninguém despediria um treinador (o timing perdeu-se após o jogo na Luz) mas mentiria se dissesse que acredito que uma equipa com tamanhas insuficiências colectivas e de liderança alguma vez nos possa levar ao sucesso.
4. O Tribunal Arbitral do Desporto recorreu a obras e autores que não existem para justificar uma decisão de suspensão aplicada a Francisco J. Marques.
O texto do Acórdão para além de conter expressões brasileiras, tais como "torcedores" e "em uma", comuns em ferramentas de inteligência artificial, também cita obras de autores portugueses que não existem.
O relator do processo é o candidato à Presidência do Conselho de Disciplina da FPF da lista de Nuno Lobo que, por sua vez, já tinha sido objecto de uma queixa por parte do FC Porto há uns anos à UEFA por alegados comentários racistas proferidos numa rede social.
Não há dúvidas que esta candidatura promete.
A auditoria do FC Porto não pode ficar sem consequências
Há quem ainda não consiga encarar um FC Porto sem Pinto da Costa, tal era o culto da personalidade que cultivavam, e mostre resistência em estar de corpo e alma com o clube, aproveitando qualquer momento menos bom para apoucar quem dirige os destinos do FC Porto.
É inegável que o FC Porto ficou mais fraco com o fim do mercado de Janeiro e que a luta pelo título parece ser cada vez mais uma miragem, mas aproveitemos os próximos meses pela frente para trabalhar as novas ideias do treinador, fazer crescer os jovens jogadores do plantel e lutar pelo acesso à tão importante Champions League.
Se no FC Porto não há anos zero, este será o ano zero de Martin Anselmi que deverá lançar as bases para termos um FC Porto competente e muito melhor preparado no futuro.
O tempo que avaliará Anselmi não é o tempo dos adeptos que exigem respostas imediatas em campo e resultados desportivos à altura dos pergaminhos do FC Porto.
Perante este cenário grotesco, que permite perceber melhor como é que uns iam enriquecendo enquanto o clube ficava cada vez mais perto do abismo financeiro, não é possível nem aceitável que não se extraiam consequências desta auditoria. Só assim estaremos a ser implacáveis com quem tiver lesado o FC Porto.
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