Sábado – Pense por si

Ricardo Borges de Castro
Ricardo Borges de Castro Analista e Consultor
12 de setembro de 2025 às 07:00

Ucrânia: um espírito não quebra

É duro visitar um cemitério de guerra com jovens rapazes ucranianos que estão próximos de completar as idades com a quais ou não podem sair da Ucrânia (a partir dos 23 anos – entre os 18 e os 22 anos podem agora ausentar-se do país), ou podem vir a ser chamados a defender o seu país (a partir dos 25 anos).

Visto de Lviv, a Ucrânia está determinada a fazer parte da União Europeia. Com um espírito que, às vezes, abana, mas não quebra, a sociedade civil ucraniana continua empenhada no seu futuro europeu, apesar de uma guerra de larga escala que dura há quase quatro anos. No dia 24 de fevereiro de 2022, Vladimir Putin quis levar a Ucrânia para um passado que o país, resolutamente, rejeita. Na frente daquele espírito, que se eleva acima das dificuldades diárias, está a juventude ucraniana que quer um futuro igual ao de tantos jovens europeus – um futuro onde pode, livremente, ser, estudar, trabalhar, viajar, debater, ou, simplesmente, dançar sem o medo constante dos mísseis e drones russos. Foi isto que a “Visto de Bruxelas” testemunhou a semana passada, em Lviv, a convite da Representação da Comissão Europeia em Lisboa e da Agência Nacional Erasmus+, com o apoio da Câmara de Lviv e do Ministério dos Negócios Estrangeiros da Ucrânia. 

Para continuar a ler
Já tem conta? Faça login

Assinatura Digital SÁBADO GRÁTIS
durante 2 anos, para jovens dos 15 aos 18 anos.

Saber Mais
A lagartixa e o jacaré

Dez observações sobre a greve geral

Fazer uma greve geral tem no sector privado uma grande dificuldade, o medo. Medo de passar a ser olhado como “comunista”, o medo de retaliações, o medo de perder o emprego à primeira oportunidade. Quem disser que este não é o factor principal contra o alargamento da greve ao sector privado, não conhece o sector privado.

Adeus, América

Há alturas na vida de uma pessoa em que não vale a pena esperar mais por algo que se desejou muito, mas nunca veio. Na vida dos povos é um pouco assim também. Chegou o momento de nós, europeus, percebermos que é preciso dizer "adeus" à América. A esta América de Trump, claro. Sim, continua a haver uma América boa, cosmopolita, que gosta da democracia liberal, que compreende a vantagem da ligação à UE. Sucede que não sabemos se essa América certa (e, essa sim, grande e forte) vai voltar. Esperem o pior. Porque é provável que o pior esteja a chegar.