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Há uma enorme diferença entre profissionais que têm formação e estão vinculados a um código deontológico, e uma pletora de falsos terapeutas e falsos coaches, mentores intuitivos, mental health trainers, especialistas e autodidatas em felicidade ou inteligência emocional, entre outros.
Num mundo com as características que conhecemos, em que simultaneamente somos confrontados com circunstâncias de elevada exigência emocional e psicossocial e temos uma percepção (realista) de baixa capacidade de controlo, ou em que uma em cada quatro pessoas vive com um problema de saúde psicológica, não é surpreendente que exista uma procura elevada e consistente por serviços que pretendem ajudar as pessoas a lidarem com os desafios que enfrentam nas suas vidas. E, por esse motivo, que exista também uma oferta muito ampla de serviços no domínio do "bem estar emocional". Se há necessidades, há oferta de (muitos) serviços.
Mas esta circunstância faz com que o próprio processo de identificar um serviço e profissional idóneo e que possa responder às nossas necessidades requeira critério. Apesar da evolução na literacia em saúde psicológica e bem estar, expressa na maior exigência e capacidade de diferenciação de serviços por parte das pessoas, há ainda um longo caminho a fazer.
Se já não atribuímos muita credibilidade e olhamos até de forma jocosa para anúncios em jornais ou para panfletos a promover os serviços do Mestre X, que adivinha o futuro, resolve todos os nossos problemas ou até se consegue ligar ao Além, a situação é menos clara em relação a "estratégias comprovadas para alcançar o seu potencial", "técnicas inovadoras para acabar com a depressão e ansiedade" ou "workshops para conhecer o seu verdadeiro eu", entre outras propostas que se apresentam com uma roupagem de aparente credibilidade e procuram gerar uma espécie de impulso motivacional. Ao passo que as primeiras não geram dúvidas sobre o que são, estas últimas são difusas na forma, apresentadas por todo o tipo de agentes (muitos com formação universitária) e sobretudo correspondem a uma amálgama de conceitos, procedimentos, campos de ação, referências científicas, pseudocientíficas e obscuras e dependem em muito do efeito placebo e das traiçoeiras regras de que basta querer para conseguir ou, no extremo oposto, que há algo grandioso destinado para nós. Uma grande nuvem de poeiras que, tal como lhes é próprio, obscurecem o ambiente, não permitem ver claramente e não fazem bem à saúde.
Navegar num mundo de técnicas para promover o bem estar exige literacia, exigência e que nos lembremos de duas coisas: que tipo de intervenção é aquela e quem é que a está a propor. Ainda que, naturalmente, não possamos ser especialistas, é importante questionarmos certas propostas e exigirmos que sejam os profissionais certos, porque qualificados, a nos prestarem os serviços que nos ajudam a lidar com uma determinada circunstância.
Mas a qualificação profissional não corresponde a um ou vários workshops e cursos sobre determinada técnica ou assunto, ou até a alguém que acha que "tem jeito para lidar com pessoas". A qualificação pressupõe uma trajetória de formação e especialização que assegure conhecimento teórico-prático, experiência e a reflexão sobre a mesma, e uma capacidade de raciocínio ético e deontológico. Da mesma forma que o facto de uma pessoa gostar de atividades no mar não a torna bióloga marinha, ou alguém ter interesse no mundo da aviação não a torna piloto ou controlador aéreo, também por as situações de vulnerabilidade e sofrimento psicológico gerarem interesse de muitos agentes (que até podem gostar muito de lidar com pessoas), isso não significa que todos estejam habilitados para fazerem determinadas intervenções.
Há uma enorme diferença entre profissionais que têm formação e estão vinculados a um código deontológico, e uma pletora de falsos terapeutas e falsos coaches, mentores intuitivos, mental health trainers, especialistas e autodidatas em felicidade ou inteligência emocional, entre outros, e que em comum ilustram a velha confusão entre confiança e competência. E há uma enorme diferença entre métodos e técnicas de intervenção cientificamente validados e enquadrados numa intervenção profissional, e um conjunto de métodos obscuros, que dizem que basta querer para poder, que não resultam, e que de forma perversa, ao não resultarem, atribuem a culpa às pessoas porque não quiseram o suficiente.
A ideia de um processo cooperativo entre um profissional e uma pessoa que recorre aos seus serviços, de um processo que tem características próprias, incluindo de natureza interpessoal, que se insere numa determinada abordagem teórica e que requer tempo, como é o caso da psicoterapia, pode não ser a proposta mais sexy do mundo, sobretudo se comparada com "técnicas", "métodos" e "abordagens" vistosas e que oferecem explicações e soluções simples para questões complexas. Mas é aí que reside a verdadeira fonte de autoconhecimento, adaptabilidade e transformação.
No início dos anos 2000, a ideia de uma consulta de psicologia ser feita a distância era algo novo para muitos e certamente não era a prática regular. Vinte anos depois, a discussão já não é apenas sobre teleconsultas ou atos da profissão feitos a distância, que são uma prática comum e válida, mas sobre qual é a extensão do papel das tecnologias da informação e da comunicação na compreensão do comportamento humano e na prestação de serviços de psicologia.
Vale a pena promover o desenvolvimento de carreira num mundo tão incerto? Ora, é justamente porque o mundo está como está que, mais do que nunca, o desenvolvimento de carreira e as competências que nele se promovem é essencial.
Uma cultura de saúde e bem estar envolve olhar para este assunto como algo que está integrado e é natural no funcionamento de uma organização e na sua natureza. Disso depende, não apenas o bem estar de cada pessoa, mas também os resultados económicos e a competitividade da própria organização.
É preciso promover a literacia digital, de forma a capacitar os jovens para a utilização destes dispositivos e os seus conteúdos e terem sobre eles uma capacidade crítica. Afinal, é o que fazemos com os smartphones o que pode ser problemático.
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O poder não se mede em tanques ou mísseis: mede-se em espírito. A reflexão, com a assinatura do general Zaluzhny, tem uma conclusão tremenda: se a paz falhar, apenas aqueles que aprendem rápido sobreviverão. Nós, europeus aliados da Ucrânia, temos de nos apressar: só com um novo plano de mobilidade militar conseguiríamos responder em tempo eficaz a um cenário de uma confrontação direta com a Rússia.
Até porque os primeiros impulsos enganam. Que o diga o New York Times, obrigado a fazer uma correcção à foto de uma criança subnutrida nos braços da sua mãe. O nome é Mohammed Zakaria al-Mutawaq e, segundo a errata do jornal, nasceu com problemas neurológicos e musculares.