Sábado – Pense por si

João Paulo Batalha
João Paulo Batalha
27 de julho de 2022 às 08:00

Um problema populista com uma solução impopular

Na mansidão das leis, no vácuo ético e na banalização dos conflitos de interesses, a regulação ética na política portuguesa está desenhada para a rapina.

Primeira pergunta: "Isto não é um conflito de interesses?" Resposta: "A lei não proíbe". Segunda pergunta: "Mas não devia proibir?" Resposta: "Os ex-políticos têm o direito de ganhar a vida". E o contra-ataque: "Qualquer dia ninguém quer ir para a política por causa dessa demagogia justiceira". É assim, em três jogadas, que se faz o xeque-mate a qualquer discussão sobre ética na política em Portugal. Primeiro, lançando mão de uma má lei e, logo a seguir, dizendo que é impossível ou inviável alterá-la. Tal como os irresponsáveis que comem bacalhau ao sol, ou tentam andar de comboio quando está calor, a culpa é de quem pergunta.

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