Tic Tac. Enquanto não chegamos à meta, continuamos com mulheres a pensar no que fariam com mais 20% do salário, caso fosse equivalente ao colega de trabalho.
Tic Tac. Ao ritmo atual vamos precisar de mais 286 anos para as mulheres conseguirem ter os mesmos direitos e proteções que os homens. São 12 mil milhões de mulheres que separam a atualidade deste momento futuro. 12. Mil. Milhões. Desconfio ainda que se contabilizarmos o ritmo de 2024, este número irá crescer. Isto significa que o mundo não é um lugar justo. Nunca o foi, mas não quer dizer que não o possa ser. E neste campo faltam ainda 10 gerações para se tornar mais equitativo. Isto significa o mesmo tempo desde hoje até ao início do comércio escravo global se andarmos para o passado; até ao sismo de Lisboa; até Isaac Newton. É preciso sonhar com um salto para o ano 2300 para viver em plena igualdade. Se o tempo se move de maneira diferente consoante o potencial gravitacional do corpo, parece que o das mulheres está bem longe dos núcleos de poder da nossa sociedade, com as horas a passarem bem mais lentas para elas do que para o resto das pessoas.
Tic Tac. Devemos aceitar esta distância temporal? Devemos aceitar que só o futuro nos trará tudo aquilo que sonhamos e desejamos? E para concretizar este futuro, estarão mesmo contabilizadas as lutas de todos nós? Temos um papel ativo ou secundário? Somos nós os responsáveis por perpetuar estas desigualdades… e somos nós parte da solução ou do problema? Conseguimos perceber que o ritmo não é satisfatório para grande parte das pessoas, que não estamos satisfeitos só porque "é melhor do que ontem". O progresso lento não é inevitável, não é de todo o que tem de ser. Mas a verdade é que as décadas mais recentes nos mostram este tipo de dinâmicas. Pior: mostra como o pensamento disseminado pela esfera do poder assenta na manutenção do status quo com pequenas mudanças progressivas. Se questões mais básicas, como direitos humanos, igualdade de género e liberdade não gera revolta, não gera empatia, não gera acção e voto, a nossa sociedade está a falhar com todos. E se as razões que nos dão para não avançar são as mesmas de sempre: vai contra a economia, vai contra o mercado, vai contra a nossa cultura, não estamos preparados, não é bem assim… então é tempo de enfrentar esta epidemia. A epidemia da dormência, da apatia e da inevitabilidade. E a vacina para esta é mesmo levantar a nossa voz e ser parte da solução. Questionem o sistema no trabalho, em casa, nos transportes. Desconstruir preconceitos de que se as mulheres conseguirem ter mais direitos, os homens ficam para trás. Os direitos não são finitos e escassos. Não temos que escolher entre direitos ou para quem é que eles podem ser dados.
Tic Tac. Enquanto não chegamos à meta, continuamos com mulheres a pensar no que fariam com mais 20% do salário, caso fosse equivalente ao colega de trabalho. A pensar se falam numa entrevista de emprego sobre a possibilidade de engravidar. A não ir à escola. A sofrerem de assédio, abuso e violência. Chegamos à Lua, criamos inteligências artificiais, redes de comunicação instantânea, e falhámos no básico: seres humanos, independente do género, lugar onde nasceram, devem ter os mesmos direitos. Tic Tac. E enquanto discutimos de quem é a culpa e como damos a volta a tudo isto, os ponteiros do relógio continuam a girar, muito lentamente.
A questão passa sempre por garantir que as regras e leis estão a ser também transpostas para o mundo digital. Sabemos bem que a maioria destes comentários feitos
fora destas redes sociais trariam consequências legais para estes indivíduos. No entanto, nem sabemos sequer quem os escreve.
São estes os nomes das pessoas que ativamente procuram lucrar com o ódio, a polarização e que atiram areia para cara dos portugueses com falsos problemas. Mas não são só estes nomes que são responsáveis pela deriva antidemocrática, racista e xenófoba que acontece no nosso país.
Uma pessoa que vem da população para a política e que passou por todos os problemas que hoje tenta resolver. Um muçulmano apoiado por judeus. Tudo na sua história parece indicar pouca probabilidade de atingir o sucesso, especialmente no contexto financeiro americano, mas cá está ele.
Se o tema associado à sustentabilidade das próximas gerações sempre teve como prioridade o aspecto ambiental do planeta, cada vez mais parece ser apenas a ponta do iceberg.
Para poder adicionar esta notícia aos seus favoritos deverá efectuar login.
Caso não esteja registado no site da Sábado, efectue o seu registo gratuito.
A escola é um espaço seguro, natural e cientificamente fundamentado para um diálogo sobre a sexualidade, a par de outros temas. E isto é especialmente essencial para milhares de jovens, para quem a escola é o sítio onde encontram a única oportunidade para abordarem múltiplos temas de forma construtiva.
O humor deve ser provocador, desafiar convenções e questionar poderes. É um pilar saudável da liberdade de expressão. Mas quando deixa de ser crítica legítima e se transforma num ataque reiterado e desproporcional, com efeitos concretos e duradouros na vida das pessoas, deixa de ser humor.
O poder não se mede em tanques ou mísseis: mede-se em espírito. A reflexão, com a assinatura do general Zaluzhny, tem uma conclusão tremenda: se a paz falhar, apenas aqueles que aprendem rápido sobreviverão. Nós, europeus aliados da Ucrânia, temos de nos apressar: só com um novo plano de mobilidade militar conseguiríamos responder em tempo eficaz a um cenário de uma confrontação direta com a Rússia.