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Mesmo assim, a avaliar pelas palavras do governo, os conteúdos abordados não servem à nação e prendem-se a “amarras ideológicas”. A avaliar pelos mais recentes acontecimentos, estes conteúdos são urgentes e prioritários, havendo ainda um longo caminho a percorrer.
Na mesma semana que os tablóides são inundados com notícias sobre a partilha de conteúdos sexuais não autorizados e violência policial, discute-se, à boleia do governo, a revisão da disciplina de cidadania nas escolas.
A disciplina de cidadania e desenvolvimento, e os temas por esta abordados, são cruciais para a formação de cidadãos ativos e informados, sendo por isso centrais nos currículos educativos de uma sociedade plural e democrática. Uma sociedade que procura que todos os seus cidadãos possam viver em plenitude de direitos, independentemente da sua ascendência, sexo, raça, língua, território de origem, religião, convicções políticas, ideológicas, instrução, situação económica, condição social ou orientação sexual, tal como prevê o princípio da igualdade presente na nossa constituição.
O programa desta disciplina, lecionada no ensino básico e secundário, aborda temas como a educação para a saúde e sexualidade, igualdade de género, direitos humanos, interculturalidade, educação para a segurança e defesa nacional, alterações climáticas e empreendedorismo. O seu currículo foi desenhado por um grupo de trabalho multidisciplinar com peritos na área da cidadania e educação que não esgotam o seu conhecimento nas conversas de café e nos argumentos de treinadores de bancada.
Mesmo assim, a avaliar pelas palavras do governo, os conteúdos abordados não servem à nação e prendem-se a "amarras ideológicas". A avaliar pelos mais recentes acontecimentos, estes conteúdos são urgentes e prioritários, havendo ainda um longo caminho a percorrer. No entanto, o debate público tem-se focado demasiado no conteúdo das aprendizagens e pouco na forma como estas são entregues.
Enquanto que as disciplinas de história, matemática, ciências naturais ou até educação física são lecionadas por profissionais especializados nestas matérias, que estudaram anos da sua vida para que se tornassem professores, a disciplina de cidadania foi imposta nas escolas com temas extraordinariamente relevantes mas com poucos professores especializados em tópicos tão abrangentes. Tornou-se assim uma disciplina de segunda, dando uma vasta autonomia às escolas na maneira como a querem entregar, mas carece de um plano concreto e robusto que prepare professores das mais diversas disciplinas e realidades escolares a ensinar assuntos com a complexidade que estes acarretam.
Um professor de ciências naturais, por mais competente que seja, até pode ser capaz de explorar o tema das alterações climáticas de uma maneira exímia, mas a sua capacidade de lecionar temas como empreendedorismo ou educação para a segurança e defesa nacional, esgota-se na sua experiência enquanto cidadão e nas formações pontuais com que vai procurando complementar a sua formação. Ainda assim, é frequentemente empurrado para lecionar esta disciplina através de cargos como a direção de turma, o que agrava a elevada carga de trabalho que esta função por si só acarreta.
Portanto, torna-se crucial que esta disciplina seja encarada com a relevância que merece, definindo-a como central nos currículos escolares e assegurando a presença de profissionais especializados, capazes de abordar os seus conteúdos com a profundidade que exigem, em vez de perdermos tempo a rever um currículo já estruturado.
E se os encarregados de educação consideram que os temas elaborados por peritos especializados "não são consensuais", talvez devêssemos refletir sobre como foram formados estes cidadãos que questionam a evidência científica, e como podemos equipá-los com as ferramentas que o ensino da sua época não conseguiu garantir.
Depois do verão mais quente de sempre e dos mais recentes tsunamis geopolíticos, que têm comprometido a estabilidade global e os compromissos internacionais para o combate às alterações climáticas, esta organização traz consigo uma vontade redobrada de fazer cumprir os compromissos portugueses quer ao nível nacional e internacional.
Este descuido permitiu que os oligarcas da era digital minassem os sistemas económico e político, enquanto que a União Europeia tenta agora recuperar a autoridade que lhe escapou por entre os dedos.
As imagens apocalípticas dos incêndios parecem, assim, uma premonição do caos que se avizinha, especialmente tendo em conta que acontecem mesmo antes da tomada de posse de Donald Trump, um dos mais notórios promotores do negacionismo climático a nível internacional.
As odes de revertermos a situação climática para onde caminhamos parecem cada vez mais escassas e o aproximar do final da década deixa-nos cada vez com menos tempo.
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A escola é um espaço seguro, natural e cientificamente fundamentado para um diálogo sobre a sexualidade, a par de outros temas. E isto é especialmente essencial para milhares de jovens, para quem a escola é o sítio onde encontram a única oportunidade para abordarem múltiplos temas de forma construtiva.
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