Contrariando o desejável para o ambiente e para a saúde, o carro é o meio de transporte utilizado por 66% dos portugueses nos movimentos pendulares. Há menos portugueses a irem para o trabalho a pé em relação a 2011 e só 0,6% da população disse que se deslocava para o trabalho de bicicleta.
Portugal deu pouco ao pedal: em 2023, era o País europeu que menos investia na promoção da bicicleta. As pessoas abandonam a ideia de pedalar pela sensação de falta de segurança e porque o desenho das cidades ainda não favorece o uso deste transporte. De acordo com os Censos 2021, a hegemonia do carro atingiu um novo recorde, tendo triplicado face a 1991, pelo que as cidades, todos os dias, enfrentam o congestionamento e a poluição atmosférica e sonora. Contrariando o desejável para o ambiente e para a saúde, o carro é o meio de transporte utilizado por 66% dos portugueses nos movimentos pendulares. Há menos portugueses a irem para o trabalho a pé em relação a 2011 e só 0,6% da população disse que se deslocava para o trabalho de bicicleta.
Um estudo recente que acompanhou 82.297 pessoas na Escócia, durante 18 anos, acelera o ritmo da discussão em torno deste tema. As conclusões mostram que caminhar ou andar de bicicleta reduz o risco de morbilidade e mortalidade comparativamente com os trabalhadores que se deslocam sem atividade física. Para quem usa bicicleta, o risco de morte diminui em 47%, o de internamento por doença cardiovascular e cancro em 24% e o de prescrição de antidepressivos em 20%. Porém, correm o dobro do risco de internamento devido a acidentes de trânsito.
As diferenças apresentadas assentam nos benefícios comprovados da prática regular de atividade física na saúde mental, bem-estar e qualidade de vida, e na prevenção e no tratamento de doenças crónicas não transmissíveis. Quando a prática de atividade física se assume como parte da rotina para ir para o trabalho, assenta numa base diária e constante, o que é diferente da ida ao ginásio, que pode ser esporádica em função da motivação. Este detalhe é relevante porque os dados do INE alertam para os fracos níveis de atividade física dos portugueses, onde a prática regular é de apenas 36%.
Andar a pé é o ato mais democrático de mobilidade e de prática de atividade física. De tão óbvia e simples que é a ideia, o facto de nem sempre ser uma opção atrativa por força de barreiras urbanísticas ou outros obstáculos, merece a devida atenção, quer no fomento da mobilidade pedonal, como na sua articulação com os transportes públicos sustentáveis e em modos ativos de transporte, numa estratégia holística e integrada que junte a mobilidade, o ordenamento do território e a coesão social.
Felizmente, este novo Governo está a pedalar mais todos os dias, em várias frentes, e a trabalhar a alta velocidade. Aprovou o Pacote Mobilidade Verde que além da medida emblemática do Passe Ferroviário Verde - combatendo o abandono a que o transporte ferroviário foi deixado nas últimas décadas, e do alargamento do passe jovem gratuito, cria uma linha de apoio de 3 milhões de euros para acelerar a construção de ciclovias, reforça o apoio à aquisição de bicicletas e sistemas de estacionamento de bicicletas pela administração pública e inclui as bicicletas elétricas e convencionais no apoio à aquisição de veículos de zero emissões.
Acredito que a hipnocracia, ao criar imaginários coletivos, pode beneficiar ou boicotar uma governação e influenciar eleições, sempre com consequências destrutivas para as instituições democráticas.
A imigração é uma das áreas que mais preocupação e polarização ocupa no debate público e político, sendo instrumentalizada pelos extremos à direita e à esquerda, por quem quer culpar os imigrantes por tudo e por quem quer ignorar que os imigrantes têm direitos e deveres.
Os centros públicos de Procriação Medicamente Assistida são 10, um número inferior aos 18 centros privados, e a resposta pública é inexistente no Alentejo e no Algarve.
O relatório "O consumidor de comunicações eletrónicas" da ANACOM mostra que 20% dos portugueses entre os 55 e os 64 anos nunca acedeu à internet e que o valor ascende aos 42% entre os 65 e os 74 anos, enquanto a média europeia é de 8% e 22%, respetivamente.
Para poder adicionar esta notícia aos seus favoritos deverá efectuar login.
Caso não esteja registado no site da Sábado, efectue o seu registo gratuito.
O humor deve ser provocador, desafiar convenções e questionar poderes. É um pilar saudável da liberdade de expressão. Mas quando deixa de ser crítica legítima e se transforma num ataque reiterado e desproporcional, com efeitos concretos e duradouros na vida das pessoas, deixa de ser humor.
O poder não se mede em tanques ou mísseis: mede-se em espírito. A reflexão, com a assinatura do general Zaluzhny, tem uma conclusão tremenda: se a paz falhar, apenas aqueles que aprendem rápido sobreviverão. Nós, europeus aliados da Ucrânia, temos de nos apressar: só com um novo plano de mobilidade militar conseguiríamos responder em tempo eficaz a um cenário de uma confrontação direta com a Rússia.
Queria identificar estes textos por aquilo que, nos dias hoje, é uma mistura de radicalização à direita e muita, muita, muita ignorância que acha que tudo é "comunista"