"Disse aos nossos parceiros americanos: invistam na Ucrânia. Tragam empresas. Trabalhem connosco. Vamos desenvolver estes recursos juntos", adiantou o presidente ucraniano.
O presidente ucraniano afirmou este sábado que está disposto a partilhar recursos com os aliados, depois deDonald Trump ter exigido acesso a matérias-primasucranianas em troca de apoio militar, e pediu para ser recebido antes de Vladimir Putin.
REUTERS/Alina Smutko/File Photo
"Isto é o que eu abordaria com o presidente Trump: não apenas como acabar com a guerra, mas como garantir uma segurança duradoura, uma forte cooperação económica e um futuro em que a Ucrânia seja um parceiro estratégico líder dos Estados Unidos", escreveu Volodymyr Zelensky na rede social X, depois de Trump ter indicado que os dois poderiam reunir-se na próxima semana em Washington.
O presidente ucraniano disse que um dos objetivos da Rússia com a guerra é controlar os abundantes recursos de que a Ucrânia dispõe e que são essenciais para o fabrico de armas modernas, como mísseis, 'drones' e outras tecnologias. "Se não agirmos agora, estes recursos não serão usados apenas contra a Ucrânia, mas poderão eventualmente ser usados contra os Estados Unidos e contra a Europa", alertou.
I spoke with Reuters about Ukraine’s strategic resources and our cooperation with the U.S. Ukraine is open to partnerships, but our resources are not something we simply hand over—even to our closest allies. Strategic cooperation must be mutually beneficial. pic.twitter.com/zr2u1bya4w
— Volodymyr Zelenskyy / ????????? ?????????? (@ZelenskyyUa) February 8, 2025
As regiões de Donetsk (leste) e Zaporijia (sul) contêm "vastas reservas" de terras raras, referiu o presidente ucraniano, acrescentando que Dnipropetrovsk (centro) contém "grandes depósitos" de minério ferruginoso e na Ucrânia central existem "as maiores reservas de titânio da Europa". O país tem também das maiores reservas de urânio do continente, garantiu. "Disse aos nossos parceiros americanos: invistam na Ucrânia. Tragam empresas. Trabalhem connosco. Vamos desenvolver estes recursos juntos", continuou Zelensky.
Zelensky aludiu também à capacidade ucraniana de produzir energia nuclear e à indústria do carvão, incluindo o antracite, que se encontra precisamente nas regiões de Donetsk e Lugansk, parcialmente ocupadas pela Rússia.
O presidente ucraniano destacou, por outro lado, que o país está disposto a tornar-se um "nó chave" para a importação de gás natural liquefeito (GNL) dos EUA para a Europa, graças às jazidas que diz serem as maiores do continente e à infraestrutura de gasodutos já existente.
"Estamos em contacto com a equipa do presidente Trump e apoiam totalmente o interesse da Ucrânia no GNL. Não se trata apenas de gás, trata-se de reduzir a dependência da Europa da energia russa. Alguns países europeus ainda compram gás russo devido aos seus antigos laços e pressão política", explicou.
O presidente também antecipou que os esforços de reconstrução na Ucrânia, quando a guerra terminar, representarão "uma enorme oportunidade económica", da qual as empresas americanas na linha da frente também poderão beneficiar.
Por último, Zelensky considerou que é "essencial" reunir-se com Trump antes de o chefe de Estado norte-americano reunir com o presidente russo, Vladimir Putin, caso contrário seria "injusto", pois significaria decidir sobre o futuro da Ucrânia sem os ucranianos. "Qualquer tipo de negociação real deve começar com a Ucrânia e os seus aliados, alinhando as suas posições primeiro. Só depois disso pode haver conversações com o agressor", defendeu.
Uma visita de Trump a Kiev seria um "passo importante e necessário" neste sentido, concluiu.
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