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Ursula von der Leyen visita Lampedusa onde não param de chegar migrantes

Débora Calheiros Lourenço
Débora Calheiros Lourenço 17 de setembro de 2023 às 12:24
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Nos últimos três dias chegaram à pequena ilha italiana mais de oito mil migrantes.

A presidente da Comissão Europeia esteve este domingo num centro de acolhimento de migrantes na ilha italiana de Lampedusa após o pedido de ajuda da primeira-ministra Giorgia Meloni.

REUTERS/Yara Nardi

Numa conferência de imprensa após a visita Ursula von der Leyen defendeu que a situação vivida neste momento em Itália é "um desafio europeu e precisa de respostas europeias".

Meloni afirmou que Itália se encontra sob uma "pressão insustentável" especialmente depois de nos últimos três dias terem chegado mais de oito mil migrantes à ilha do Mediterrâneo perto da costa da Túnisia. Mas deixou elogios ao povo de Lampedusa pelo apoio que tem prestado aos migrantes.

A primeira-ministra garantiu ainda que vai disponibilizar mais meios para a transferência de migrantes para fora da ilha e intensificar a luta contra os contrabandistas de pessoas que cobram milhares de euros para transportar os migrantes em viagens perigosas pelo Mediterrâneo.

Já ontem, quando convidou a presidente da Comissão Europeia a visitar a ilha, referiu também que é preciso "acelerar imediatamente" a implementação de um acordo com a Tunísia acabar com o contrabando, fortalecer as fronteiras de devolver os migrantes.

No entanto Meloni reforça que a resolução do problema não pode recair apenas sobre Itália uma vez que afeta todas "as fronteiras, os países fronteiriços" e em breve afetará todos os estados da União. Assim sendo a primeira-ministra italiana defende que seja decretado um bloqueio naval por parte da União Europeia para impedir que os barcos de migrantes atravessem o Mediterrâneo.

No sábado a Cruz Vermelha italiana já tinha documentado que estava a dar a apoio a cerca de 2.500 pessoas no centro de acolhimento projetado apenas para 400.

Durante a semana centenas de voluntários internacionais e locais cozinharam milhares de refeições para os recém-chegados e ajudaram a transferir pessoas para a Sicília, que pela sua maior dimensão tem mais recursos de apoio. Lampedusa é uma pequena ilha italiana com pouco mais de seis mil habitantes pelo que rapidamente está a ficar sem espaço para mais migrantes, que já são mais do que os locais.

É estimado que este ano já tenham chegado a Itália cerca de 126 mil migrantes, o dobro dos chegados no mesmo período do ano passado.

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