Georges Tron foi condenado por violação, mas recusou-se a abandonar o cargo de presidente da Câmara. Governo diz que não pode atuar por haver um recurso a decorrer.
Georges Tron está a cumprir pena de prisão por ter violado uma mulher. Ao mesmo tempo é autarca de Draveil, a sul de Paris, em França, e tem havido muitas críticas à possibilidade de o político poder manter o seu mandato, mesmo estando a cumprir pena de prisão.
REUTERS/Gonzalo Fuentes
Tron, que foi ministro da República francesa durante a presidência de Nicolas Sarkozy, está a cumprir pena de prisão por violação e abuso sexual de uma mulher que fazia parte da câmara municipal de Draveil. Está a cumprir uma pena de cinco anos que foi contestada junto dos tribunais franceses pelo político que nega todas as acusações que lhe são feitas. E por se dizer inocente é que Tron também recusa abandonar o seu cargo político, continuando a liderar a autarquia, afirmando que a sua prisão é apenas um ligeiro "impedimento" à sua atividade profissional.
A comunicação com a sua equipa autárquica é feita através de cartas e esta semana, durante uma reunião municipal, a mesma começou com a leitura de uma carta escrita por Tron sobre o orçamento para o município, para grande desagrado da oposição. À porta da autarquia, grupos feministas manifestavam-se contra a "facilitação" concedida a Tron que continua a manter o seu trabalho a partir da cela. De acordo com jornais francófonos, os manifestantes consideraram esta atitude como "escandalosa".
Tron foi incialmente, em 2018, declarado como inocente das acusações de violação feitas por duas funcionárias, sobre acontecimentos de 2007 e 2010. Mas na fase de recurso, em fevereiro deste ano, o tribunal declarou que o autarca era de facto culpado.
Foi até já lançada uma petição que pede ao governo francês que retire Tron do cargo de autarca, afirmando ser imoral que um violador condenado continue à frente de uma autarquia, mas o governo liderado pelo primeiro-ministro Jean Castex recusou-se, até agora, a avançar com a destituição. De acordo com Éric Dupond-Moretti, o ministro da Justiça que nunca foi bem aceite pela oposição e que originou várias polémicas, incluindo uma a dizer que se lhe fosse pedido defenderia Hitler em tribunal, disse que o governo estava de mãos atadas porque estava em tribunal um recurso e afirmou até que seria uma "heresia" o poder central intrometer-se neste assunto.
Mas os socialistas franceses, pela voz da não menos polémica Laurence Rossignol, lembraram que Dupond-Moretti foi o advogado de Georges Tron em 2018, quando vieram a público as acusações de violação
Apesar das acusações, os eleitores de Draveil já votaram em Tron para autarca por cinco vezes, tendo sido eleito cinco vezes desde 1995, a vez mais recente em 2020.
Revolta em França por autarca preso por violação continuar a gerir a autarquia
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