"Os líderes europeus têm a responsabilidade de defender o jornalismo, não de o enfraquecer", disse o secretário-geral da RSF.
A organização não-governamental Repórteres sem Fronteiras (RSF) solicitou hoje, depois do assassínio do jornalista eslovaco Jan Kuciak, que os dirigentes da União Europeia se abstenham de minar a segurança dos jornalistas ao criticá-los em público.
"Os líderes europeus têm a responsabilidade de defender o jornalismo, não de o enfraquecer", disse o secretário-geral da RSF, Christophe Deloire, à agência AFP, depois de uma reunião com o primeiro-ministro eslovaco, Robert Fico.
Alguns políticos europeus apoiaram ou criaram mesmo "um clima medonho para os jornalistas", acusou, apelando a Fico para que "apresente claramente as suas desculpas" por ter insultado publicamente os jornalistas.
Robert Fico já qualificou os jornalistas como "simples hienas idiotas" e "porcas prostitutas anti eslovacas". Depois do assassínio de Jan Kuciak, reuniu-se entretanto com os responsáveis dos principais meios para lhes garantir que "a proteção da liberdade de expressão e a segurança dos jornalistas" eram "uma prioridade" do seu governo.
Christophe Deloire criticou também outros dirigentes da Europa Central, nomeadamente o Presidente checo Milos Zeman, e os partidos governamentais na Hungria e na Polónia de criar um clima de hostilidade aos meios de comunicação.
O chefe de Estado checo já tratou os jornalistas como "canalhas", antes de considerar, na presença do presidente russo, Vladimir Putin, durante uma viagem à China, que deveriam ser "liquidados".
Deloire lembrou que, "no ano passado, o presidente checo chegou a uma conferência de imprensa com um brinquedo na mão parecido com uma 'kalachnikov' com a inscrição 'parta jornalistas'".
O dirigente da RSF considerou ainda que os partidos no poder na Polónia e Hungria "reduziram o pluralismo" na comunicação social pública, transformando-os em instrumentos de difusão das suas próprias opiniões.
"É responsabilidade de todos os países europeus impedir que a situação na Polónia e Hungria constitua um mau exemplo para o resto da Europa", insistiu.
Jan Kuciak inquiria sobre a existência de corrupção ao mais alto nível na Eslováquia, ligada às actividades da máfia siciliana. O seu corpo e o da sua companheira, mortos por bala, foram descobertos no domingo, levantando o problema da liberdade de imprensa e da segurança dos jornalistas.
As mesmas questões tinham sido colocadas depois do assassínio, em Outubro de 2017, da jornalista Daphne Caruana Galizia, que tinha denunciado a corrupção na ilha mediterrânica.
Repórteres sem Fronteiras quer que políticos não critiquem jornalistas
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