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Repórteres Sem Fronteiras denunciam crescente repressão na Argélia

03 de setembro de 2020 às 07:48
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A organização denunciou a crescente repressão da liberdade de imprensa na Argélia, depois de o regime ter sancionado o diário local Al-Watan por publicar informações sobre um presumível caso de corrupção.

A organização Repórteres Sem Fronteiras denunciou quarta-feira a crescente repressão da liberdade de imprensa na Argélia, depois de o regime ter sancionado o diário local Al-Watan por publicar informações sobre um presumível caso de corrupção.

O caso envolve dois filhos de Ahmed Gaid Salah, comandante do exército durante 20 anos, até à sua morte em dezembro de 2019, e apontado como a pessoa que mais pressionou Abdelaziz Bouteflika a abandonar o poder.

Segundo a RSF, na sequência da publicação de informações sobre o caso, o regime proibiu qualquer publicidade, pública ou privada, no jornal.

"Na Argélia, a pressão sobre os meios de comunicação prossegue em todas as suas formas. Depois de o diário Al-Watan dedicar uma notícia ao enriquecimento dos filhos de Gaid Salah, foi sancionado e foi proibida a publicidade, pública ou privada", afirma a organização de defesa da liberdade de imprensa em comunicado.

Gaid Salah, nomeado comandante do exército e vice-ministro da Defesa no primeiro mandato de Abdelaziz Bouteflika (1999-2004), funções que exerceu até morrer, em dezembro passado, de ataque cardíaco, sempre se apresentou publicamente como honesto e austero.

O general tutelou a transição do país depois da renúncia de Bouteflika, em abril de 2019, forçada pelo movimento de protesto "Hirak", e lançou uma suposta campanha de "mãos limpas", ordenando a detenção de dezenas de militares, empresários e políticos por delitos de corrupção.

Na quarta-feira, o diário Al-Watan publicou uma investigação segundo a qual dois dos seus filhos juntaram uma fortuna de milhões obtida de forma fraudulenta.

Adel e Boumediane Gaid Salah são, segundo o jornal, proprietários de dezenas de imóveis e empresas que adquiriram por quantias simbólicas na cidade de Annaba, durante o mandato do governador Mohamad al-Gazi, um dos políticos detidos na campanha anti-corrupção lançada pelo pai.

O Al-Watan deu como exemplo uma indústria de farinha, Sarl AGB Ain Yagout, que os dois irmãos compraram por um dinar argelino (0,006 euros) e usaram para vender a preços de mercado a farinha subvencionada pelo Estado, ou uma indústria de engarrafamento de água, também em Annaba, que em poucos anos triplicou de superfície e produção.

O jornal noticiou que, nestes negócios, esteve também envolvido um cunhado dos irmãos, atualmente apontando como próximo embaixador argelino em França.

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