Amnistia Internacional afirma que a "burocracia" está a travar o processo de transferência de refugiados para os vários países da Europa
A Amnistia Internacional portuguesa está a divulgar uma petição para ajudar os refugiados que estão "em risco de morrer de frio" na Grécia. "Nos campos de refugiados nas ilhas gregas a cena repete-se vezes sem conta: homens, mulheres e crianças tentam aquecer-se o mais possível para sobreviver às temperaturas negativas do inverno europeu", pode ler-se no site da organização.
Pedro Neto, director executivo da secção portuguesa da Amnistia Internacional (AI), disse à agência Lusa que esta já era uma situação esperada e que é necessário "começar a actuar". "Era uma situação previsível e a nossa Europa não pode deixar morrer pessoas de frio. Que Europa é esta que deixa morrer pessoas de frio? As necessidades são muitas e temos de começar a actuar", afirmou.
"O plano de emergência é o que temos vindo a pedir desde há vários meses no sentido de se acelerar de relocalização para os outros países da Europa, que se acelere os processos de reunificação das famílias", explicou o director da Aministia em Portugal, acrescentando que a "burocracia" está a travar o processo de transferência de refugiados para os vários países da Europa. "Portugal é o quarto país a declarar mais disponibilidade para acolher refugiados. No entanto há aqui um processo burocrático na implementação deste plano que não está a acontecer ou anda a conta-gotas e, enquanto isso há vidas que estão em condições sub-humanas", esclareceu.
A organização internacional de defesa pelos Direitos Humanos já recolheu em Portugal, desde a passada sexta-feira, mais de três mil assinaturas no quadro da campanha "Eu Acolho", que apoia refugiados que correm o risco de morrer de frio nas ilhas gregas devido às condições climatéricas.
A maior parte das pessoas que se encontram nos campos de refugiados da Grécia são cidadãos sírios, refugiados da guerra que se prolonga no país. "Vivem em tendas e não têm condições. Estão reféns do acordo entre a Turquia e a União Europeia que prevê que por cada refugiado sírio reinstalado na UE, outro seja devolvido à Turquia a partir da Grécia. Para além destes retornos serem irresponsáveis e ilegais - devido às deficiências no sistema de asilo e aos abusos a que os refugiados são sujeitos em território turco - as falhas neste processo condenaram os refugiados ao exílio nas ilhas gregas até que sejam transferidos para a Turquia", refere o texto da petição.
As actualizações dos números de assinaturas recolhidas em Portugal vão ser enviadas, todas as sextas-feiras, para o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Junker e para o gabinete do primeiro-ministro português, António Costa.
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A condenação do CSMP assenta na ultrapassagem das limitações estatutárias quanto à duração dos mandatos e na ausência de fundamentos objetivos e transparentes nos critérios de avaliação, ferindo princípios essenciais de legalidade e boa administração.
A frustração gera ressentimento que, por sua vez, gera um individualismo que acharíamos extinto após a grande prova de interdependência que foi a pandemia da Covid-19.