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Pyongyang desafia sanções com esquema de empresas de fachada

A conclusão do think tank afirma que o sistema utilizado permite angariar fundos e celebrar os contratos necessários para o seu programa militar interdito

Umthink tank norte-americano concluiu que Pyongyang está a contornar as sanções internacionais através de um complexo sistema de empresas de fachada que lhe permite angariar fundos e celebrar os contratos necessários para o seu programa militar interdito.

O instituto C4ADS de Washington revelou, num relatório publicado hoje, que as sanções destinadas a atingir Pyongyang não são suficientes para fazer a Coreia do Norte renunciar ao seu programa nuclear e balístico.

"Longe de estar isolada, a Coreia do Norte está activa no mundo todo graças às suas redes no exterior" que lhe permitem angariar fundos e reunir o material necessário para os seus programas de armamento, indica o estudo.

A Coreia do Norte realizou em Setembro o quinto teste nuclear, que gerou condenação internacional e endurecimento das sanções. A mais recente vaga de medidas internacionais foi anunciada no início do mês em resposta à multiplicação de testes de mísseis.

Com o aumento das sanções, o regime norte-coreano desenvolveu a capacidade de "mascarar" as suas actividades ilícitas no estrangeiro, encobrindo-as através de transacções comerciais aparentemente legítimas, indica o relatório.

O instituto C4ADS salienta que sanções correctamente aplicadas devem ter a capacidade de forçar o regime de Kim Jong-un a sentar-se à mesa das negociações.

Em Setembro, estethink tank apontava a importância de uma empresa chinesa, a Dandong Hongxiang Industrial Development, para os programas norte-coreanos.

Este grupo, que vende produtos que podem ter tanto aplicações civis como militares, exportou para a Coreia do Norte 171 milhões de dólares em material entre 2011 e 2015, enquanto as suas importações chegaram aos 360 milhões. Sanções contra esta empresa foram aplicadas por Washington e Seul.

As companhias norte-coreanas utilizam várias empresas de fachada para dissimular as suas verdadeiras actividades, segundo o C4ADS. Desta forma, indivíduos ligados ao regime norte-coreano podem conduzir no estrangeiro actividades ilícitas em nome de Pyongyang.

O C4ADS destaca que apesar de 67.163 empresas chinesas terem negócios com a Coreia do Sul, apenas 5.233 o fazem com o Norte, o que torna mais fácil a aplicação de sanções a estes grupos económicos.

Urbanista

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