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Polícias panamianos condenados por queimarem vivos adolescentes em cela

Cindo detidos entre os 15 e os 17 anos morreram quando os agentes dispararam granadas de gás lacrimogéneo para a cela fechada onde se encontravam

Sete polícias que assistiram à morte de cinco adolescentes num centro de detenção juvenil durante um incêndio, e após terem disparado gás lacrimogéneo para as suas celas, foram esta terça-feira condenados a penas de prisão.

A directora do centro e um segurança civil também foram sentenciados com penas de prisão devido a estas mortes, que ocorreram em 9 de Janeiro de 2011.

"Foi um caso terrível, porque os que deviam guardar e proteger os direitos dos detidos gritaram para os menores 'Morram!', quando estes estavam a ser consumidos pelas chamas e a pedir socorro", disse em declarações à televisão panamiana o ministro do governo, Milton Henriquez.

Cindo detidos entre os 15 e os 17 anos morreram quando os agentes foram convocados para terminar com um protesto no centro juvenil e dispararam granadas de gás lacrimogéneo para a cela onde se encontravam, que estava fechada, provocando um incêndio e impedindo os bombeiros de extinguir as chamas.

Outros dois adolescentes presentes na cela sobreviveram, mas com queimaduras em 90% do corpo.

Nos veredictos anunciados na segunda-feira, três dos polícias, incluindo um comissário local, e a directora do centro, foram condenados individualmente a 46 anos de prisão. Os dois agentes que dispararam as granadas de gás tiveram uma sentença, cada um, de 40 anos. Outros dois agentes e o segurança vão cumprir seis anos.

"Estas condenações não vão trazer o meu filho de volta. Mas o abuso foi reconhecido e será um exemplo para que exista a certeza de que nunca mais acontecerá", disse hoje em declarações à agência noticiosa AFP Julia Mosquera, a mãe de uma das vítimas.

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