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Pedida investigação a morte de Ahmaud, o jovem negro morto a tiro quando ia correr

11 de maio de 2020 às 14:03
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O jovem de 25 anos foi morto a tiro em 23 de fevereiro enquanto fazia jogging num bairro de Brunswick. Os autores dos disparos foram detidos 74 dias depois do assassinato, quando um vídeo do crime, que se tornou viral, relançou a investigação.

O procurador-geral do estado norte-americano da Geórgia pediu no domingo uma investigação federal sobre o processo de acusação de dois homens brancos pelo assassínio de um atleta negro, que provocou grande emoção nos Estados Unidos.

Ahmaud Arbery, de 25 anos, foi morto a tiro em 23 de fevereiro enquanto fazia ‘jogging’ num bairro de Brunswick, cidade da Geórgia, um estado do sul dos Estados Unidos.

A polícia da Geórgia anunciou na quinta-feira ter detido dois homens brancos pelo assassínio do atleta, mas o facto de terem passado 74 dias entre a morte e as detenções, que foram realizadas dois dias após a transmissão de um vídeo do crime, levantou algumas questões sobre o processo.

"Solicitei formalmente ao Departamento de Justiça que investigue a forma como decorreu a acusação deste caso", escreveu o procurador-geral da Geórgia – cargo que equivale a um ministro da Justiça daquele estado do sul –, Chris Carr, na rede social Twitter.

O procurador assegurou ainda que o seu departamento é "favorável a um exame completo e transparente sobre a forma como o caso Ahmaud Arbery foi tratado desde o início".

"A família, a comunidade e o estado da Geórgia merecem respostas", afirmou.

A transmissão, na terça-feira, de um vídeo do crime, que se tornou viral, relançou a investigação.

Na gravação, que tem 28 segundos e foi feita com um telemóvel, vê-se Ahmaud Arbery a correr num bairro residencial de Brunswick e a passar por uma carrinha branca, onde está um homem que o para, enquanto um segundo o agarra. Depois ouvem-se três tiros.

A sequência de imagens causou uma onda de choque no país e a mobilização de várias personalidades, como a estrela de basquetebol LeBron James e a atriz Zoë Kravitz.

As imagens são "muito perturbadoras", disse o Presidente, Donald Trump, numa entrevista dada à televisão Fox na sexta-feira.

A polícia deteve, entretanto, dois homens - Travis McMichael, de 34 anos, e o seu pai, Gregory McMichael, de 64 anos -, ambos moradores em Brunswick.

Segundo o relatório de fevereiro da polícia, Gregory McMichael disse à polícia que achava que Ahmaud Arbery era suspeito de vários roubos na zona.

Gregory McMichael adiantou ter pegado numa pistola de grande calibre, enquanto o seu filho pegou numa espingarda e, quando Arbery passou, Travis McMichael saiu da carrinha com a espingarda.

Nesse momento, o atleta começou a "atacar violentamente" Travis McMichael, contou o pai, acrescentando que viu o seu filho disparar sobre Arbery e este cair no chão, segundo o relatório da polícia.

"É perturbador ver isto a acontecer em 2020" disse à estação televisiva CNN o presidente da câmara de Atlanta, Keisha Lance Bottoms, adiantando que se tratou de um "linchamento de um afro-americano".

Num anúncio publicado no domingo no jornal Atlanta Journal-Constitution, o ‘rapper’ Jay-Z e a cantora Alicia Keys pediram ao governador e ao procurador-geral da Geórgia para "garantir um julgamento justo".

"Se forem tomadas as medidas necessárias, vão passar uma mensagem para as pessoas que fazer a Geórgia regressar à época em que afro-americanos eram mortos apenas porque iam votar. O ódio e o medo perdurarão", avisavam no anúncio.

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