Partidos da oposição em Espanha afirmaram-se preocupados com a segurança das pessoas e defenderam uma aposta no diálogo, a poucos dias de domingo, quando a Catalunha quer realizar um referendo sobre a independência, já considerado ilegal.
REUTERS/Jon Nazca
Margarita Robles, porta-voz do PSOE no Congresso, defendeu a procura de "vias políticas e de diálogo" e reclamou à Generalitat (Governo da Catalunha) que "pare esta loucura" para evitar um maior "confronto social" do que aquele que já existe.
"Porque, na verdade, o problema não é a confrontação política, mas a social; se não se abrirem vias para trabalhar em prol de uma solução dialogada, haverá essa confrontação, e o que é pior, não apenas na Catalunha, mas também em outros sítios de Espanha", sustentou, insistindo que faltam quatro dias, o que é "muitíssimo tempo na política".
O PSOE não admite a possibilidade de uma declaração unilateral de independência feita pela Catalunha.
Antes do início da sessão parlamentar, o secretário-geral do Podemos, Pablo Iglesias, afirmou-se "muito preocupado" perante a possibilidade de ocorrer "uma desgraça" no próximo domingo, lamentando que o Governo de Madrid esteja a encorajar uma solução que passa por "balas de borracha, agressões e canhões de água".
"O PP [Partido Popular, no poder] pode estar muito perto de cometer um erro histórico no domingo, que custe muito caro à Catalunha e à Espanha", advertiu Iglesias, defendendo que o PP deveria regressar a uma posição de sensatez.
Já o líder do Ciudadanos - a quarta maior força no parlamento espanhol -, Albert Rivera, acredita que não haverá nenhuma desgraça na Catalunha e apelou ao presidente do executivo catalão, Carles Puigdemont, "detenha esta loucura" pela "segurança de todos".
Rivera confia que não ocorram actos violentos e pediu à Polícia, Guardia Civil e Mossos d'Esquadra (polícia catalã) que garanta a segurança de todos os cidadãos, "sem politiquices sobre quem manda".
Sobre possíveis novas detenções de políticos catalães, o presidente do Ciudadanos defendeu que isso depende de cometerem delitos, alegando que o Estado de direito "não pode parar".
"Nenhum político pode evitar que o Estado de direito se aplique. Os inspetores, os juízes e os polícias vão fazer o seu trabalho", defendeu.
O Tribunal Constitucional espanhol suspendeu no início do corrente mês, como medida cautelar, todas as leis regionais aprovadas pelo Parlamento e pelo Governo da Catalunha que davam cobertura legal ao referendo de autodeterminação convocado para 01 de Outubro.
Apesar das decisões dos tribunais e da pressão de Madrid, o presidente do Governo catalão, Carles Puigdemont, mantém que o referendo de autodeterminação se irá realizar.
Os partidos separatistas têm uma maioria de deputados no parlamento regional da Catalunha desde Setembro de 2015, o que lhes deu a força necessária, em 2016, para declararem que iriam organizar este ano um referendo sobre a independência, mesmo sem o acordo de Madrid.
Os independentistas defendem que cabe apenas aos catalães a decisão sobre a permanência da região em Espanha, enquanto Madrid se apoia na Constituição do país para insistir que a decisão sobre uma eventual divisão do país tem de ser tomada pela totalidade dos espanhóis.
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