Sábado – Pense por si

Olaf Scholz, o "Merkel” de esquerda

Tiago Carrasco 27 de setembro de 2021 às 10:00

Foi o mais votado das eleições, com 26% dos votos. Chamam-lhe Scholzomat, ou seja, o Scholz automático, mecânico, mais parecido com uma máquina do que com um ser humano.

É de esperar que um político capaz de arrancar um partido histórico de um dos piores momentos da sua existência, da irrelevância e da fragmentação, seja um homem carismático, galvanizador e magnético. Scholz conseguiu fazê-lo sendo o contrário de tudo isso. "É bastante reservado e controlado, tem um humor seco, bastante característico das pessoas do norte do país, e um discurso aborrecido. Diz algumas piadas que só ele entende e fica a rir-se de si próprio", diz Peter Burghardt, correspondente do semanário Süddeutsche Zeitung no norte da Alemanha. Esse perfil valeu-lhe a alcunha de Scholzomat, ou seja, o Scholz automático, mecânico, mais parecido com uma máquina do que com um ser humano. "Porém, essas características parecem agora ter um efeito tranquilizador em muitos alemães, dado que Angela Merkel também ascendeu a chanceler com a mesma linha. Os alemães acham que uma pessoa assim é pragmática e fiável na resolução de crises, faz com que durmam descansados por sentirem que têm um líder responsável que toma decisões racionais".

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