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No Iémen, os jornalistas são “atacados de todos os lados”

06 de agosto de 2020 às 16:31
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O Alto Comissariado da ONU para os Direitos Humanos denunciou ataques contra os jornalista, referindo abusos como detenções arbitrárias, violência e sentenças de morte.

O Alto Comissariado da ONU para os Direitos Humanos denunciou hoje os "ataques de todos os lados" contra os jornalistas no Iémen, referindo abusos identificados nas últimas semanas como detenções arbitrárias, violência e sentenças de morte.

"Os jornalistas são atacados de todos os lados. São mortos, espancados ou feitos desaparecer; são perseguidos e ameaçados; são presos e condenados à morte apenas por tentarem esclarecer acerca da brutalidade desta crise", criticou a alta comissária Michelle Bachelet num comunicado.

Desde o início de abril, "o gabinete dos direitos humanos das Nações Unidas registou um assassínio, um rapto, três casos de prisão e detenção arbitrárias, a condenação à morte de quatro jornalistas (…) e três agressões físicas e ameaças de violência física", enumerou.

A ONU declara-se particularmente preocupada com a situação dos quatro jornalistas condenados à morte a 11 de abril em Sanaa, que teme sejam executados apesar do recurso que foi apresentado.

 São acusados de "publicar e escrever informações, declarações, rumores falsos e maldosos e propaganda visando enfraquecer a defesa da pátria e o moral do povo iemenita, sabotar a segurança pública, semear o terror entre a população e prejudicar os interesses do país".

Durante os cinco anos da sua detenção "não tiveram direito à visita das famílias, do advogado, nem a cuidados médicos" e "terão sido sujeitos a tratamento cruel, desumano e degradante", segundo o comunicado.

Os serviços de Bachelet evocam também o assassínio a 02 de junho de Nabil al-Quaety, um repórter de imagem iemenita que colaborava com a agência France-Presse, morto por homens armados diante da sua casa em Aden, no sul do Iémen.

A guerra no Iémen começou em meados de 2014 e opõe o governo reconhecido internacionalmente aos rebeldes xiitas Huthis, ajudados pelo Irão e que ocupam sobretudo o norte e o oeste do país, incluindo a capital, Sanaa.

Em março de 2015, uma coligação internacional dirigida pela Arábia Saudita começou a apoiar militarmente o governo na guerra contra os Huthis.

Desde essa data, o gabinete dos direitos humanos da ONU registou 357 violações de direitos humanos e abusos contra jornalistas, incluindo 28 assassínios.

A guerra no Iémen já causou dezenas de milhares de mortos, na maioria civis, e quatro milhões de deslocados. O país enfrenta a maior crise humanitária a nível mundial, segundo a ONU, com cerca de 80% da população dependente de ajuda de emergência.

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