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Neom. Criação de cidade futurista da Arábia Saudita sofre novo revés

Gabriela Ângelo com Leonor Riso 15 de novembro de 2024 às 15:47
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O diretor do projeto saiu sem explicações. Projeto avaliado em 500 mil milhões de dólares integrava cidade espelhada de 170 quilómetros de comprimento.

O diretor-executivo do Neom, o megaprojeto industrial e urbano mais arrojado do príncipe herdeiro da Arábia Saudita, deixou as suas funções. Não foi dada justificação para a saída de Nadhmi al-Nasr, que detinha o cargo há seis anos.

O projeto que vale 500 mil milhões de dólares (cerca de 470 mil milhões de euros) foi lançado pelo príncipe herdeiro Mohammed bin Salman. Inclui empreendimentos no Mar Vermelho, inclusive um desenvolvimento urbano e industrial que deverá alojar cerca de 9 milhões de pessoas, considerado fundamental para o plano "Visão 2023" que visa dinamizar a economia, afastando-a da dependência do petróleo.

Uma das infraestruturas, a cidade futurista entre paredes espelhadas Line (linha em português), teve que ser reduzida devido a problemas financeiros e de construção. Segundo o projeto, a Linha ia estender-se cerca de 170 quilómetros pelo deserto, e estava desenhada para acomodar cerca de 1,5 milhões de pessoas até 2023. Deveria ter ainda táxis voadores e ser abastecida por energia renovável. 

Em maio a Reuters divulgou que o Fundo de Investimento Público da Arábia Saudita, no valor de 925 mil milhões de dólares, ia ser alvo de uma reorganização, com o objetivo de se concentrar em investimentos com maiores possibilidades de êxito. 

Entretanto, Aiman al-Mudaifer foi nomeado diretor executivo da Neom. O até agora diretor da Divisão Imobiliária Local do Fundo de Investimento Público supervisionava todos os investimentos imobiliários e projetos de infraestruturas locais.

"À medida que a Neom entra numa nova fase, esta nova liderança garantirá a continuidade operacional, agilidade e eficiência para corresponder à visão e aos objetivos gerais do projeto", indica um comunicado oficial.

Nadhmi al-Nasr
Nadhmi al-Nasr Reuters
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