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Museu nova-iorquino retira estátua de Roosevelt por glorificar racismo

22 de junho de 2020 às 07:43
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Autarca de Nova Iorque explicou que Museu Americano de História Natural pediu para remover a estátua "porque retrata explicitamente os negros e indígenas como subjugados e racialmente inferiores".

O Museu Americano de História Natural vai retirar uma estátua de Theodore Roosevelt, 26º. Presidente dos Estados Unidos, após anos de acusações de que glorifica o colonialismo e a discriminação racial, anunciou o autarca de Nova Iorque.

A estátua de bronze, que se encontra numa das entradas do museu desde 1940, retrata Roosevelt a cavalo, com um nativo americano e um africano ao lado.

"O Museu Americano de História Natural pediu para remover a estátua de Theodore Roosevelt, porque retrata explicitamente os negros e indígenas como subjugados e racialmente inferiores", disse o autarca ('mayor') Bill de Blasio em comunicado. "É a decisão certa e o momento certo para remover esta problemática estátua", concluiu.

A responsável do museu, Ellen Futter, explicou ao jornal New York Times que o público da instituição "ficou profundamente comovido com o crescente movimento pela justiça racial que surgiu após o homicídio de George Floyd", o afroamericano que morreu às mãos da Polícia.

"Temos assistido à atenção do mundo e o país tem-se voltado cada vez mais para estátuas como símbolos poderosos e dolorosos do racismo sistémico", disse Futter àquele jornal, sem precisar quando a estátua vai ser retirada.

Futter disse que as objeções do museu se limitam à estátua, e não à figura de Roosevelt, um conservador museológico pioneiro cujo pai foi membro fundador da instituição e que serviu como governador de Nova Iorque antes de se tornar no 26.º presidente dos Estados Unidos, de 1901 a 1909.

O museu vai dar o nome do antigo Presidente ao Salão da Biodiversidade, "em reconhecimento do seu legado", acrescentou Futter.

Theodore Roosevelt IV, bisneto do antigo Presidente, apoia a decisão, defendendo que "a composição da estátua equestre não reflete o [seu] legado". "É tempo de remover a estátua e seguir em frente", disse ao New York Times.

A estátua foi alvo de vandalismo em 2017, quando manifestantes derramaram líquido vermelho no pedestal, simbolizando sangue, e apelaram à sua remoção, considerando que se tratava de um símbolo "do patriarcado, da supremacia branca e do colonialismo dos primeiros colonos".

Os protestos antirracistas após o homicídio de George Floyd deram origem à vandalização e remoção de várias estátuas de figuras controversas, como as de Winston Churchill em Londres (Inglaterra), do navegador Cristóvão Colombo ou de generais da Confederação, nos Estados Unidos.

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