Em causa está a utilização de dinheiro destinado ao Parlamento Europeu para contratar assistentes para o partido. Se Le Pen for condenada, poderá ter de pagar uma multa ou até cumprir pena de prisão.
Marine Le Pen, a principal figura do partido francês de extrema-direita União Nacional (RN), começou esta segunda-feira a ser julgada, em Paris, sob a acusação de apropriação indevida de fundos da União Europeia.
Os procuradores alegam que uma das pessoas contratadas como assistente parlamentar trabalhava, na verdade, como guarda-costas do pai de Le Pen, Jean-Marie Le Pen, que enfrenta também acusações, mas que devido a problemas de saúde não comparecerá no julgamento. Uma secretária, o chefe de gabinete de Le Pen e um designer gráfico também terão sido contratados com dinheiro europeu.
Face à investigação, os procuradores exigem a recuperação de mais de 3 milhões de euros. O RN, entretanto, já devolveu 1 milhão de euros, mas disse não se tratar de uma admissão de culpa. Aliás, todos os acusados neste processo alegam que a forma como utilizaram o dinheiro foi legítima. Esta segunda-feira, Le Pen afirmou, por isso, aos jornalistas estar "tranquila", à entrada para o tribunal.
"Vamos provar que não existe nenhum sistema para desviar dinheiro da União Europeia", disse esta segunda-feira o porta-voz do partido, Laurent Jacobelli. "Vamos provar que é possível ser assistente de um parlamentar europeu e envolver-se na vida do RN."
Em caso de condenação, Le Pen poderá ter que enfrentar o pagamento de uma multa ou até mesmo uma pena de prisão. Além disso, corre ainda o risco de ser impedida de ocupar cargos públicos durante 10 anos, prejudicando assim as suas ambições presidenciais.
Já se for declarada inocente, o julgamento, que começa quase uma década após o início das investigações (2015), poderá ser benéfico para a líder da extrema-direita francesa, uma vez que pode melhor a sua imagem, bem como a do partido, antes das presidenciais de 2027.
Há anos que o partido classifica a investigação como uma forma de "perseguição" e abuso político do sistema de justiça. O julgamento só deverá terminar dentro de dois meses, antecipa a BBC.
Para poder adicionar esta notícia aos seus favoritos deverá efectuar login.
Caso não esteja registado no site da Sábado, efectue o seu registo gratuito.
O humor deve ser provocador, desafiar convenções e questionar poderes. É um pilar saudável da liberdade de expressão. Mas quando deixa de ser crítica legítima e se transforma num ataque reiterado e desproporcional, com efeitos concretos e duradouros na vida das pessoas, deixa de ser humor.
Trazemos-lhe um guia para aproveitar o melhor do Alentejo litoral. E ainda: um negócio fraudulento com vistos gold que envolveu 10 milhões de euros e uma entrevista ao filósofo José Gil.