Referindo-se à cerimónia, o Presidente da República considerou-a "muito comovedora e impressionante, sobretudo pela forma como o cardeal exprimiu aquilo que é fundamental neste momento: a preocupação pela paz, a construção da paz e a unidade em torno da paz, da concórdia".
Em relação à família das duas vítimas portuguesas, Marcelo Rebelo de Sousa mostrou-se "muito impressionado" com a força demonstrada. "Tendo eles, marido e mulher, perdido a única filha e tendo ele perdido a sua mãe, num momento especial, a celebração do aniversário dessa mãe, ainda assim, sendo uma família muito nuclear, muito pequena, muito unida, estava com uma grande força, impressionante, fiquei muito impressionado", afirmou.
O chefe de Estado destacou ainda a grande quantidade de pessoas presentes na cerimónia para prestar homenagem aos mortos e solidariedade para com os feridos. "Ficámos muito impressionados pela massa de tantas nacionalidades e sobretudo das nacionalidades abrangidas que aqui veio para mostrar que a justiça, a paz e a concórdia são mais importantes do que o terrorismo, e, como a luta contra o terrorismo é uma luta cultural, e se afirma pelos princípios da tolerância, da dignidade da pessoa humana e dos direitos das pessoas, foi isso que vieram cá fazer estes milhares de pessoas", referiu, sublinhando que tanto ele próprio como o primeiro-ministro estiveram presentes sobretudo como "cidadãos" que querem transmitir aquela mesma mensagem.
O primeiro-ministro justificou também a participação na homenagem como uma forma de "partilhar a dor" e ao mesmo tempo de homenagear uma cidade cheia de "vitalidade" que não se verga perante o terrorismo. "O terrorismo afecta sempre todo o mundo, porque é uma ameaça global, e quando atinge Barcelona, que é uma cidade do mundo - não é por acaso que temos vitimas de mais de 30 nacionalidades" - sente-se esta dor, que "é uma dor partilhada em todos os cantos do mundo".
Nesta homenagem, "sente-se também esta vida única desta cidade e a vitalidade desta cidade", disse António Costa, apontando o facto de as Ramblas "estarem de novo cheias". "É sinal de que o terrorismo não derrota o nosso modo de vida e que a defesa da liberdade, a ideia de uma cidade cosmopolita, a ideia de tolerância e respeito é uma ideia que tem de estar presente no dia-a-dia", acrescentou.