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Guaidó não reconhece proibição para exercer cargos públicos

28 de março de 2019 às 21:30
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Controlador-geral da Venezuela, Elvis Amoroso, que impedir legalmente o autoproclamado presidente interino de exercer qualquer cargo público, a partir de hoje e durante 15 anos.

O autoproclamado presidente interino venezuelano, Juan Guaidó, declarou esta quinta-feira que não reconhece a legitimidade do controlador-geral da Venezuela, Elvis Amoroso, que quer impedi-lo legalmente de exercer qualquer cargo público, a partir de hoje e durante 15 anos. "[Ele] não é [controlador]. Não há um controlador e na Assembleia Nacional (parlamento, onde a oposição detém a maioria) não existe uma inabilitação (impedimento legal). O parlamento nacional legítimo é o único organismo que pode designar um controlador", disse à imprensa.

Juan Guaidó falava em Caracas, durante um ato no Colégio de Engenheiros da Venezuela (equivalente à Ordem dos Engenheiros) em que apresentou um Plano País para solucionar os problemas do abastecimento de água e eletricidade.

"Esse senhor foi designado por um organismo inexistente", disse o autoproclamado presidente interino da Venezuela, referindo-se à Assembleia Constituinte, composta unicamente por simpatizantes do regime e criada para tomar as competências do parlamento.

Segundo Juan Guaidó, no regime estão "chateados", porque a oposição "está a recuperar o dinheiro que roubaram" e, por isso, "falam de uma suposta inabilitação".

"Os venezuelanos não se vão confundir com uma falsa inabilitação, isso não é o perigoso disto, o perigoso é que continuem a atacar a Presidência interina, mas vamos continuar na rua, executando a nossa Operação Liberdade", frisou.

"[A aparição do controlador tem como propósito] meter medo aos donos dos hotéis onde temos ficado", sustentou Guaidó.

Elvis Amoroso anunciou hoje, em conferência de imprensa, a inelegibilidade do autoproclamado Presidente interino para o exercício de cargos públicos durante 15 anos, argumentando que "se presume" que Guaidó "ocultou ou falseou" dados da sua declaração de património e recebeu dinheiro de instâncias internacionais e nacionais sem justificar.

De acordo com o controlador-geral, estão por justificar 570 milhões de bolívares (152.760 euros) correspondentes a 91 viagens realizadas por Juan Guaidó, que totalizam 248 dias, em oito meses.

Amoroso explicou que no passado dia 11 de fevereiro aquele organismo "ordenou o início uma auditoria patrimonial ao deputado em desacato, Juan Guaidó, por ocultar informação na sua declaração e por receber fundos não declarados do exterior".

O controlador-geral sustentou que Guaidó "tem usurpado funções públicas e cometido ações com Governos estrangeiros que prejudicam o povo da Venezuela e o seu património público" e que atentam contra "a estabilidade democrática e a ordem constitucional da República".

O responsável do regime de Nicolás Maduro frisou ainda que Juan Guaidó terá usado aeronaves privadas para viajar, sem especificar quais as empresas ou instituições que financiaram as viagens.

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