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Grande peregrinação a Meca inicia-se com muitas restrições em plena pandemia

29 de julho de 2020 às 10:26
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Ao contrário do habitual e devido à Covid-19, os peregrinos não estão autorizados a tocar na Caaba este ano para limitar os riscos de infeção. Foram ainda deslocadas clínicas móveis e ambulâncias para enfrentar qualquer eventualidade.

Entre 1.000 e 10.000 peregrinos residentes na Arábia Saudita vão participar no ‘hajj’ que hoje se inicia, uma ínfima amostra dos 2,5 milhões de pessoas que acompanharam o ritual religioso do islão em 2019.

Os muçulmanos selecionados para a grande peregrinação (‘hajj’) terminaram na terça-feira uma quarentena antes de iniciarem a cerimónia na cidade sagrada de Meca, onde foram tomadas diversas medidas para evitar a propagação da covid-19.

Ao contrário do habitual e devido à covid-19, os peregrinos não estão autorizados a tocar na Caaba este ano para limitar os riscos de infeção, enquanto foram deslocadas clínicas móveis e ambulâncias para enfrentar qualquer eventualidade, indicaram as autoridades.

Cerca de 70% dos peregrinos são residentes estrangeiros no reino, que registou 270.000 casos de infeção, uma das taxas mais elevadas do Médio Oriente.

Cada um recebeu um estojo com pedras para o ritual de lapidação de Satã, desinfetantes, máscaras, um tapete de oração e o ‘ihram’, a simples veste branca que todos os peregrinos devem usar no ritual, segundo o ministério do ‘hajj’.

Os ‘media’ estrangeiros também não receberam autorização para acompanhar a celebração deste ano, tendo o Governo saudita decretado o controlo do acesso à cidade mais sagrada do Islão.

O Governo assegura que os residentes estrangeiros representam 70% dos peregrinos, mas não precisou o número de candidatos e de pessoas selecionadas.

Apesar da pandemia, diversos fiéis consideram que a peregrinação será mais segura este ano, longe das multidões colossais que provocam um pesadelo logístico e agravam os riscos de acidentes mortais.

Num país onde o turismo religioso garante anualmente 12 mil milhões de dólares (cerca de 10,3 mil milhões de euros), a celebração de um ‘hajj’ reduzido arrisca colocar a Arábia Saudita perto do marasmo económico.

Devido ao recuo na economia provocado pela queda dos preços do petróleo e pela pandemia, o primeiro exportador de crude do mundo adotou medidas de austeridade, triplicando o IVA, suspendendo os apoios sociais e impondo outros cortes orçamentais.

As autoridades esperam recuperar as retribuições perdidas até à próxima ‘hajj’ com um regresso da ‘omra’, ou pequena peregrinação, que foi suspensa em março.

A ‘omra’ atrai mensalmente a Meca várias dezenas de milhares de fiéis e pode decorrer em qualquer momento do ano, ao contrário do ‘hajj’ que apenas pode ser efetuado em datas específicas do calendário lunar islâmico.

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