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Funeral de Francisco: o recorde de voos e as apertadas medidas de segurança

Ana Bela Ferreira
Ana Bela Ferreira 25 de abril de 2025 às 13:24
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Com dezenas de chefes de Estado a aterrar em Roma para assistir ao funeral do Papa Francisco, a capital italiana prepara-se para gerir o tráfego aéreo e as ameaças à segurança de líderes como Trump ou Zelenksy. Nas ruas, no mar e no ar haverá 11 mil operacionais de segurança.

Amanhã, o centro do mundo será a Basílica de São Pedro, em Roma. Aí dezenas de chefes de Estado, entre presidentes e monarcas, despedem-se do Papa Francisco, num verdadeiro teste não só às capacidades de gestão do espaço aéreo da capital italiana, mas também à segurança.

Michael Kappeler/picture-alliance/dpa/AP Images

O espaço aéreo de Roma está fechado, o que obriga os aviões a contornar a cidade, e os principais aeroportos estão transformados em bases de estacionamento para os aviões dos chefes de Estado. A título de exemplo, esta tarde deve aterrar em Fiumicino o Air Force One do presidente dos EUA, ocupando toda a área de carga do aeroporto, já que a delegação tem também vários aviões militares - a que se juntam caças de escolta da NATO -, entre eles o que transporta o Cadillac One, o carro blindado que vai levar Donald Trump e a mulher Melania até ao centro de Roma. Depois alguns destes aviões militares ficarão estacionados no aeroporto militar da região da Lazio, explica o jornal italiano Corriere della Sera.

A juntar a esta logística está o facto de quando aterra o Air Force One, nenhuma pista pode estar em funcionamento, 15 minutos antes e 15 minutos depois da aterragem. Aqui vai chegar também o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky. Fiumicino deve receber cerca de 50 delegações oficiais. 

Já Biden, o ex-presidente dos EUA, vai parar em Ciampino, o outro aeroporto romano, tal como os membros do Congresso americano. Aqui devem chegar cerca de 30 delegações e ainda 20 estão previstas para a base militar Pratica di Mare, segundo os cálculos do jornal italiano. Nápoles, Florença e Pisa são também indicados como aeroportos que podem receber escalas de delegações que vêm para o funeral do líder da Igreja Católica.

Mas o verdadeiro desafio será no final das cerimónias fúnebres quando todos quiserem regressar o mais rapidamente aos seus países. Os que têm os seus aviões estacionados em Roma deverão ser os primeiros a partir enquanto os outros têm de esperar que estes cheguem de outros locais.

Quando chegarem à Basílica de São Pedro, os líderes mundiais, poderão ver um forte dispositivo militar e policial na Praça de São Pedro e arredores. Mas um dos níveis mais importante de segurança é um contra-torpedeiro estacionado ao largo de Fiumicino, perto da foz do Tibre, equipado com um sistema anti-míssil. 

Nas proximidades para gerir uma multidão que se calcula de 250 mil pessoas, na Praça de São Pedro, e mais 300 mil no trajeto entre as basílicas de São Pedro e Santa Maria Maior (onde Francisco vai ficar sepultado), estarão quase 11 mil operacionais, bem acima dos 4.000 que estiveram nas ruas no funeral de João Paulo II, em 2005.

Estes agentes estarão a controlar a multidão e o acesso a ruas fechadas e com capacidade para neutralizar telemóveis suspeitos. Junto à Praça de São Pedro haverá agentes com bazucas anti-drone, haverá detetores de metais e torniquetes para controlar a passagem.

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