Carlos Bolsonaro está a ser investigado por alegadamente ter usado dados recolhidos de forma ilegal através de um software israelita, que pode ser usado para rastrear a localização de telemóveis privados.
A polícia federal brasileira fez buscas e apreensões esta segunda-feira, 29 em propriedades ligadas a Carlos Bolsonaro, filho do ex-presidente do Brasil, Jair Bolsonaro. A operação está relacionada com uma investigação sobre a suspeita de espionagem ilegal a adversários políticos durante o mandato do pai.
REUTERS/Adriano Machado
Carlos Bolsonaro está a ser investigado por monitorização ilegal de cidadãos pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin) durante o mandato do ex-presidente (2019-2022).
A polícia federal cumpriu oito mandados de busca e apreensão em Brasília, Rio de Janeiro e em outras duas cidades do Brasil, de forma a identificar "os principais destinatários e beneficiários das informações produzidas ilegalmente pela Abin por meio de ações clandestinas", refere uma nota enviada à Reuters.
Carlos Bolsonaro, vereador do Rio de Janeiro, já estava a ser investigado pelo Supremo Tribunal por alegadamente ter gerido uma fábrica de notícias falsas a partir do palácio presidencial.
É suspeito de usar os dados recolhidos ilegalmente pela Abin através de um software israelita, conhecido como First Mile, que pode ser usado para rastrear a localização de telemóveis privados, alimentando assim as notícias falsas contra os seus adversários.
Na semana passada, as autoridades brasileiras realizaram buscas contra o ex-diretor da Abin, Alexandre Ramagem, um amigo próximo de Jair Bolsonaro que planeia concorrer à Câmara Municipal do Rio de Janeiro e que é também suspeito de usar a mesma plataforma para rastrear os adversários políticos.
Documentos revelados na quinta-feira pelo Supremo Tribunal Federal mostraram que a agência de espionagem é acusada de vigilância ilegal de pelo menos três juízes do Supremo Tribunal e um ex-presidente da câmara dos Deputados durante a presidência de Jair Bolsonaro.
Os suspeitos podem vir a responder pelos crimes de invasão de dispositivos informáticos, organização criminosa e interceção de comunicações telefónicas sem uma autorização judicial.
Jair Bolsonaro, que já foi considerado politicamente inelegível até 2030 devido ao seu comportamento durante as eleições de 2022 que deram a vitória a Luiz Inácio Lula da Silva, enfrenta várias investigações legais que o podem levar a cumprir pena de prisão.
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