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EUA restringe computadores e tablets dentro dos aviões

Serão afectados pelas novas medidas cerca de 50 voos diários de nove companhias aéreas, que têm 96 horas para começar a aplicar as restrições

Computadores e tablets não poderão ser transportados na cabina em voos de nove companhias aéreas ligando oito países do Médio Oriente aos EUA, anunciaram as autoridades norte-americanas esta terça-feira, evocando um risco de atentados "terroristas".

Companhias como a Emirates ou a Turkish Airlines, com voos directos a partir do Dubai ou Istambul para os EUA, têm 96 horas (quatro dias) a contar das 07h00 TMG (mesma hora em Lisboa) desta terça-feira para proibir os passageiros de embarcarem com aparelhos electrónicos que não sejam um telemóvel.

Todos os aparelhos em causa (computadores, tablets, consolas de jogos, leitores de livros digitais ou DVD, máquinas fotográficas) devem ser colocados na bagagem de porão, indicaram os responsáveis norte-americanos. "A análise de informações indica que grupos terroristas continuam a visar o transporte aéreo e procuram novos métodos para realizar os seus atentados, como dissimular explosivos em bens de consumo", explicou um dos responsáveis.

"Com base naquelas informações", o secretário da Segurança Interna, John Kelly, "decidiu que era necessário reforçar os procedimentos de segurança para os passageiros que vêm directamente de alguns aeroportos tendo como destino os Estados Unidos", disse um outro responsável.

Serão afectados pelas novas medidas cerca de 50 voos diários de nove companhias aéreas (Royal Jordanian, EgyptAir, Turkish Airlines, Saudi Airlines, Kuwait Airways, Royal Air Maroc, Qatar Airways, Emirates e Etihad Airways) com partida de 10 aeroportos internacionais: Amã, Cairo, Istambul, Jeddah, Riade, Kuwait, Doha, Dubai, Abu Dhabi e Casablanca.

Estão assim em causa oito países, todos aliados ou parceiros dos Estados Unidos: Jordânia, Egito, Turquia, Arábia Saudita, Kuwait, Qatar, Emirados Árabes Unidos e Marrocos.

As autoridades norte-americanas informaram antes os países e as companhias aéreas envolvidas e algumas já divulgaram na segunda-feira à noite algumas informações aos clientes na sua conta na rede social Twitter.

Se as medidas não forem postas em prática, as companhias aéreas poderão perder os seus direitos de voarem para os EUA, advertiram os responsáveis norte-americanos.

A proibição dos aparelhos electrónicos estará ligada a uma ameaça relacionada com o grupo Al Qaeda na Península Arábica, activo no Iémen, indicou a televisãoCNNcitando um responsável norte-americano.