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EUA. Piratas informáticos da espionagem russa voltam a atacar

11 de setembro de 2020 às 08:30
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As tentativas de pirataria incidiram sobre mais de 200 organizações, incluindo as relacionadas com as campanhas políticas e seus consultores.

O mesmo serviço militar de informações russo que pirateou os democratas em 2016 renovou os ataques vigorosos a alvos relacionados com as próximas eleições presidenciais nos EUA, declarou um dirigente da Microsoft na quinta-feira.

As tentativas de pirataria incidiram sobre mais de 200 organizações, incluindo as relacionadas com as campanhas políticas e seus consultores.

As tentativas de intrusão mostram melhorias nos esforços de infiltrar as principais forças políticas dos EUA.

"O que temos visto é consistente com padrões de ataques anteriores, que visam não apenas candidatos e membros das suas campanhas, mas também quem é consultado em questões-chave", escreveu Tom Burt, vice-presidente da Microsoft num blogue.

Grupos políticos britânicos e europeus também têm sido atacados, acrescentou.

Muitas das tentativas de pirataria, feitas por agentes russos, chineses e iranianos, foram anuladas pelos programas informáticos de segurança da Microsoft e os alvos dos ataques avisados, avançou Burt.

A Microsoft não esclareceu se os 'hackers' tiveram sucesso com alguns dos seus ataques nem o impacto das ações.

Apesar de agentes dos serviços de informações dos EUA terem adiantado no mês passado que os russos favorecem Donald Trump e os chineses Joe Biden, a Microsoft revelou que 'hackers' chineses ligados a Pequim atacaram "pessoas de alto nível envolvidas na eleição", incluindo algumas envolvidas na campanha de Biden.

A Microsoft não avaliou qual o país estrangeiro que constitui o maior perigo para a integridade da eleição presidencial de novembro.

O consenso entre analistas de cibersegurança é o de que a maior ameaça vem dos piratas russos.

"Este é o mesmo ator de 2016, que está a ter um comportamento 'business as usual'", afirmou John Hultquist, diretor de análise de informações na empresa de cibersegurança FireEye. "Acreditamos que os serviços de informações militares russos continuam a representar a maior ameaça para o processo democrático", especificou.

O 'post' da Microsoft mostra que as informações militares russas continuam a seguir alvos relacionados com as eleições, indiferentes às acusações, sanções e outras contramedidas dos EUA, acentuou Hultquist.

Os russos interferiram na eleição presidencial de 2016, para procurarem beneficiar a campanha de Donald Trump, com ataques aos computadores da Comissão Nacional Democrata e o correio eletrónico de John Podesta, o diretor de campanha da então candidata democrata, Hillary Clinton, e a divulgação de material comprometedor na internet, concluiram investigações do Congresso e da política federal (FBI, na sigla em Inglês).

A mesma unidade daqueles serviços de informações russos (GRU, na sigla em Russo), conhecida como 'Fancy Bear' (Urso Imaginário), que a Microsoft identificou como o autor da atual atividade de pirataria, é a mesma que também interferiu nas bases de dados do registo de eleitores em pelo menos três Estados, em 2016.

No ano passado, a Microsoft revelou que tinha observado tentativas do 'Fancy Bear' de piratear as contas de pessoas envolvidas nas eleições norte-americanas, incluindo consultores de republicanos e democratas, e organizações partidárias a nível nacional e estadual, que totalizavam mais de 200.

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