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Estónia acionou artigo 4.º da NATO depois de incidente dos caças russos

O primeiro-ministro da Estónia, Kristen Michal, considerou que o incidente era “totalmente inaceitável”.

A Estónia ativou o artigo 4.º da NATO depois da violação do espaço aéreo por três caças russos na tarde desta sexta-feira, anunciou o primeiro-ministro da Estónia, Kristen Michal, na rede social X, onde considerou que o incidente era “totalmente inaceitável”.

Caças russos motivam pedido de apoio da Estónia à NATO
Caças russos motivam pedido de apoio da Estónia à NATO AP Photo/Alex Brandon

O artigo 4º da NATO estabelece que os membros da NATO devem consultar-se sempre que um entenda que a integridade territorial ou a independência política podem estar em risco. A invocação deste artigo não implica uma resposta armada. 

Esta é a segunda vez em duas semanas que um país europeu ativou o artigo 4.º devido à invasão do espaço aéreo por parte da Rússia. A semana passada a Polónia ativou o artigo depois de drones russos terem entrado no seu território.

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O governo da Estónia denunciou esta sexta-feira a entrada de três caças russos no seu espaço aéreo, onde permaneceram, sem permissão, 12 minutos, e convocou o encarregado de negócios da Rússia para protestar perante tal incidente. O ministro dos Negócios Estrangeiros estónio, Margus Tsakhna, adiantou que a Rússia já tinha violado o espaço aéreo do país quatro vezes este ano, sublinhando que “a incursão de hoje, que envolveu três caças, é de uma audácia sem precedentes”.

A invocação do artigo 4.º poderá resultar também na abertura das portas para a invocação do artigo 5º, que prevê que um ataque contra um estado-membro é um ataque contra outros membros da NATO.

Na quarta-feira, o Governo estónio descartou impor restrições temporárias na sua fronteira com a Rússia, ou no espaço aéreo, como fizeram países vizinhos em resposta a incursões na Polónia. O fecho temporário da fronteira com a Rússia foi proposto pela oposição, mas o ministro do Interior da Estónia, Igor Taro, defendeu não haver razões para tal.

A invasão do espaço aéreo da Polónia por drones russos foi o incidente direto mais sério em Estados-membros da NATO (Organização do Tratado do Atlântico Norte) desde o início do conflito na Ucrânia, há mais de três anos.

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A Ucrânia somos nós (I)

É tempo de clarificação e de explicarmos às opiniões públicas europeias que sem Segurança não continuaremos a ter Liberdade. A violação do espaço aéreo polaco por parte da Rússia, com 19 drones, foi o episódio mais grave da história da NATO. Temos de parar de desvalorizar a ameaça russa. Temos de parar de fazer, mesmo que sem intenção, de idiotas úteis do Kremlin. Se não formos capazes de ajudar a Ucrânia a resistir, a passada imperial russa entrará pelo espaço NATO e UE dentro