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Erdogan à frente na contagem de votos. Oposição divulga tentativas de fraude

Os turcos votaram em eleições antecipadas para escolher o presidente e os deputados, um dos escrutínios mais disputados desde que Erdogan chegou ao poder, em 2003.

O chefe de Estado turco cessante, Recep Tayyip Erdogan, lidera os resultados das eleições presidenciais na Turquia, realizadas este domingo, com 58,5% quando estão contados mais de um quarto dos votos, indicou a agência estatal Anadolu.

Erdogan
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eleições Turquia
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Erdogan, que precisa de conseguir mais de 50% dos votos para evitar uma segunda volta, é seguido pelo social-democrata Muharrem Ince, que obteve 27,13% dos votos, segundo a contagem parcial. Depois de Erdogan e Ince aparecem a candidata nacionalista Meral Aksener (7,6%), o candidato pró-curdo que está preso Selahattin Demirtas (5,7%), e dois outros candidatos.

Os turcos votaram em eleições antecipadas para escolher o presidente e os deputados, um dos escrutínios mais disputados desde que Erdogan chegou ao poder, em 2003. Se nenhum dos candidatos à presidência conseguir mais de 50% dos votos a segunda volta realiza-se a 8 de Julho.

Já a contagem dos votos para os deputados é mais lenta. Segundo a Anadolu, a coligação formada pelo partido de Erdogan, o Partido da Justiça e Desenvolvimento (AKP) e pelo ultranacionalista Partido de Acção Nacionalista (MHP) está à frente com 65% dos votos quando estão contados 10% dos boletins.

A aliança da oposição, constituída pelo Partido Republicano do Povo (CHP, social-democrata), o Iyi Parti (Bom Partido, direita nacionalista) e o Saadet (Partido da Felicidade, islamita conservador), está em segundo lugar com 25,50% dos votos.

As queixas da oposição

Ao contrário de Erdogan, que garantiu não haver problemas durante o decorrer dos actos eleitorais, a posição divulgou tentativas de fraude durante as eleições.

"Chegaram-nos numerosas queixas", sobretudo da província de Sanliurfa (sudeste), declarou o porta-voz do Partido Republicano do Povo (CHP, social-democrata), Bulent Tezcan, durante uma conferência de imprensa na sede da formação em Ancara.

Tezcan enumerou vários exemplos de tentativas de introduzir votos falsos nas urnas, evocando uma urna com mais de uma centena de votos, todos pela aliança dominada pelo partido no poder, Partido da Justiça e Desenvolvimento (AKP), mesmo antes da abertura das assembleias de voto.

Também divulgou um vídeo, que afirmou ter autenticado, de um homem afirmando que existiam mais boletins que votantes numa assembleia de voto em Suruç.

O procurador de Sanliurfa, à qual pretende Suruç, afirmou ter aberto um inquérito após aquelas alegações e já foram detidas quatro pessoas, segundo a agência estatal Anadolu.

Temendo fraudes, em particular no sudeste de maioria curda, opositores e organizações não-governamentais mobilizaram várias centenas de milhares de observadores. "Na região houve ataques, ameaças para deter os nossos observadores", afirmou Tezcan.

Lamentou igualmente a presença de "pessoas armadas nas ruas", que tentam criar, segundo ele, "um ambiente de terror para os eleitores".

O Partido Democrático dos Povos (HDP, principal formação pró-curda e de esquerda) também divulgou nas redes sociais tentativas de fraude e de intimidação no sudeste.