Sábado – Pense por si

Donald Trump acusa Governo das Honduras de "tentar mudar" resultados das presidenciais

Dados preliminares dão um empate técnico entre dois candidatos de direita, um deles apoiado pelo presidente norte-americano.

O Presidente dos EUA acusou as autoridades das Honduras de tentarem manipular os resultados das presidenciais, quando dados preliminares dão um empate técnico entre dois candidatos de direita, um deles apoiado por Donald Trump.

Donald Trump, presidente dos Estados Unidos
Donald Trump, presidente dos Estados Unidos AP Photo/Alex Brandon)

"Parece que as Honduras estão a tentar mudar o resultado das suas eleições presidenciais. Se o conseguirem, pagarão um preço elevado!", escreveu Trump, sem apresentar qualquer prova

Numa mensagem publicada na segunda-feira, na rede social que detém, a Truth Social, o líder republicano considerou imperativo que o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) hondurenho termine a contagem dos votos.

Trump afirmou que a vontade expressa pelos eleitores das Honduras "em números esmagadores" deve ser respeitada. "A democracia deve prevalecer!", acrescentou.

Com quase 57% dos votos já contados, dois candidatos de direita estão praticamente empatados: o empresário e ex-autarca da capital, Tegucigalpa, Nasry Asfura, apoiado por Trump, e o apresentador de televisão Salvador Nasralla.

Asfura, de 67 anos, lidera a corrida contra Nasralla, de 72 anos, por apenas 515 votos, após a contagem digital de 57% das urnas, anunciou na segunda-feira, na rede social X, a presidente do CNE.

Ana Paola Hall reconheceu que a estreita margem de vitória, considerando a margem de erro, constitui um "empate técnico", pediu paciência e acrescentou que a recontagem manual dos votos, já em curso, pode demorar vários dias.

Também o Departamento de Estado norte-americano tinha publicado uma mensagem a apelar à "paciência enquanto se aguardam os resultados oficiais". "Os resultados são preliminares e o processo deve continuar até à conclusão", sublinhou.

Muito atrás nos resultados parciais vinha a candidata presidencial de esquerda, Rixi Moncada, de 60 anos, apoiada pelo partido atualmente no poder nas Honduras.

Ainda assim, Moncada garantiu na segunda-feira que as eleições "ainda não estão perdidas" e acrescentou que não reconhecerá nenhum como vencedor até que pelo menos 2.859 atas de apuramento, que alega terem sido adulteradas, sejam revistas.

A candidata reiterou a acusação de "ingerência estrangeira" no processo eleitoral por parte de Trump, que tinha manifestado apoio a Nasry Asfura.

"Poucas horas antes das eleições, [Trump] anunciou o perdão total para o narcotraficante Juan Orlando Hernández, um barão condenado por eles como o principal cúmplice na organização de um cartel criminoso para o tráfico de droga para os Estados Unidos", sublinhou a candidata.

Trump alegou que, "segundo muitas pessoas" que respeita imenso, Hernández foi "tratado de forma muito dura e injusta".

O ex-presidente hondurenho Hernandez foi condenado em 2024 a 45 anos de prisão por tráfico de droga e crimes relacionadas com armas.

CR7 e o zepelim

A propósito das tolices que se disseram em torno da visita de Ronaldo a Trump, lembrei-me de uma de muitas letras geniais de Chico Buarque: “Geni e o Zepelim”.