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Bruxelas quer livre circulação das forças armadas com novo "Schengen militar" até 2027

Lusa 12:18
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Em causa está um pacote sobre a mobilidade militar na UE para a criação de um quadro europeu de emergência.

A Comissão Europeia propôs esta quarta-feira uma rápida movimentação das forças armadas na União Europeia (UE), com remoção das barreiras e criação de um quadro de emergência, para um espaço de livre circulação "Schengen militar" até 2027.

Bruxelas quer 'Schengen militar' até 2027 para forças armadas da UE circularem livremente
Bruxelas quer "Schengen militar" até 2027 para forças armadas da UE circularem livremente AP Photo/Virginia Mayo

"Criando uma área de mobilidade militar a nível da UE até 2027, o pacote de mobilidade militar aproxima a União de um verdadeiro 'Schengen Militar'. Tornará mais rápido, seguro e coordenado o movimento de tropas e equipamentos militares pela Europa", anunciou o executivo comunitário em comunicado.

Em causa está um pacote sobre a mobilidade militar na UE, publicado esta quarta-feira, no qual a instituição diz querer "facilitar a movimentação rápida e eficiente de tropas, equipamentos e meios militares em toda a Europa" através da remoção das barreiras regulamentares com regras harmonizadas, da criação de um quadro europeu de emergência para procedimentos acelerados e do reforço das infraestruturas de transporte.

Bruxelas também propõe a criação de um Fundo de Solidariedade e da possibilidade de desenvolver um Sistema Digital de Informação sobre Mobilidade Militar para partilha e agrupamento de capacidades, bem como um novo grupo de trabalho sobre a matéria para coordenação entre os países.

A mobilidade militar refere-se à capacidade das forças armadas dos Estados-membros para mover pessoal, equipamento, meios e abastecimentos de forma rápida e fluida, dentro e para além do território da UE, por via terrestre, aérea e marítima.

A proposta da Comissão para o próximo Quadro Financeiro Plurianual (2028--2034) prevê 10 vezes mais de orçamento disponível para a mobilidade militar, com um total proposto de 17,65 mil milhões de euros no futuro Mecanismo Interligar a Europa, destinado a investimentos em infraestruturas de transporte de dupla utilização da rede.

Para concretizar esta livre circulação eficaz das forças armadas da UE, a Comissão Europeia vai identificar 500 projetos prioritários nos corredores de mobilidade militar para eliminar estrangulamentos.

Um Estado-membro da UE exige atualmente uma notificação com 45 dias de antecedência para autorizações de movimentação transfronteiriça.

Porém, perante a urgência da guerra da Ucrânia, foi possível emitir autorizações no prazo de um dia, pelo que o objetivo agora é que se consiga em três dias e através um procedimento único para os 27 países da União.

No pacote agora divulgado, o executivo comunitário propõe ainda um roteiro para transformação da indústria de defesa da UE, visando "aproximar as comunidades de tecnologia avançada e defesa, acelerar a utilização de tecnologias avançadas nas capacidades militares e reforçar a capacidade produtiva europeia através da inovação".

A instituição quer, para isso, apoiar o investimento em empresas de defesa, acelerar o desenvolvimento de novas tecnologias, ampliar o acesso às capacidades de defesa e promover competências necessárias para manter a vantagem tecnológica da Europa.

"A guerra de agressão da Rússia contra a Ucrânia mostrou a rapidez com que as tecnologias de defesa evoluem. [...] A Europa deve aprender com a experiência da Ucrânia, reforçar a sua resiliência e construir um novo ecossistema de defesa que una líderes industriais, novos inovadores e a comunidade tecnológica para fornecer capacidades mais rapidamente e de forma mais eficiente", adianta.

A Comissão Europeia vai aplicar já o roteiro, aguardando discussão e aprovação do Conselho e do Parlamento sobre o regulamento sobre a mobilidade militar.

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