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Bruxelas propõe sistema de alerta rápido para sinalizar fake news

05 de dezembro de 2018 às 13:22
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Mecanismo será activado em Março de 2019, na perspectiva das eleições europeias de Maio.

A Comissão Europeia apresentou, esta quarta-feira, um plano de acção para combater a desinformação naUnião Europeia, no quadro das próximas eleições europeias, que inclui um sistema de alerta rápido para sinalizarfake newsem tempo real.

O plano de acção incide sobre quatro domínios chave com vista a reforçar a capacidade da União Europeia para combater as chamadas fake news e intensificar a cooperação entre os Estados-membros e a União, nomeadamente através de um sistema específico de alerta rápido que facilitará a partilha de dados e a análise de campanhas de desinformação e a sua sinalização em tempo real.

Este mecanismo de alerta será activado em Março de 2019, na perspectiva daseleições europeiasde Maio.

Bruxelas anunciou também o reforço com pessoal especializado e dispositivos de análise de dados das 'task forces' de comunicação estratégica e de luta contra as ameaças híbridas do Serviço Europeu de Acção Externa (SEAE), assim como das delegações da UE nos países vizinhos.

"O orçamento da comunicação estratégica do SEAE destinado à luta contra a desinformação e à sensibilização aos efeitos nefastos desta deverão mais do que duplicar, ascendendo dos 1,9 milhões de euros em 2018 para os cinco milhões de euros em 2019", destaca o executivo comunitário em comunicado.

Relativamente às plataformas digitais e aos serviços em linha, os signatários do código de boas práticas devem colocar em prática "rápida e efetivamente" os compromissos assumidos, dando prioridade a medidas urgentes com vista às próximas eleições europeias.

"Trata-se, designadamente, de garantir a transparência da publicidade de cariz político, de intensificar os esforços para encerrar contas falsas ainda ativas, de assinalar as interacções não humanas (mensagens difundidas automaticamente por robôs informáticos), e de cooperar com os verificadores de factos e investigadores universitários para detectar campanhas de desinformação e melhorar a visibilidade e a difusão de conteúdos verificados", especifica o texto.

O último dos âmbitos do plano de acção do executivo comunitário é a sensibilização dos cidadãos e a instituição de meios de acção para que estes possam agir.

"Paralelamente à organização de campanhas de sensibilização, as instituições da UE e os Estados-membros promoverão a educação nos media através de programas específicos. Um apoio será atribuído a equipas multidisciplinares nacionais e verificadores de factos e investigadores independentes com o objectivo de detectar e denunciar campanhas de desinformação nas redes sociais", esclarece.

A Comissão Europeia, em parceria com a chefe da diplomacia europeia, Federica Mogherini, elaborarão e colocarão em prática as medidas anunciadas no plano de acção, em cooperação com os Estados-membros e o Parlamento Europeu.

Em 26 de novembro, um inquérito divulgado em Bruxelas pela Comissão Europeia, subordinado ao tema "Democracia e Eleições", indicava que Portugal é o segundo país da UE menos preocupado com o impacto que a divulgação de informações erradas ou enganosas naInternet possa ter no resultado das eleições europeias.

De acordo com aquele Eurobarómetro, apenas 57% dos portugueses inquiridos assumiu estar preocupado com a influência das chamadas fake news no desfecho das eleições europeias de maio de 2019.

Esta é a segunda percentagem mais baixa entre os Estados-Membros, apenas atrás da Estónia (56%) e muito distante da média europeia, que é de 73%.