Obama, que falava à margem do prémio Perfis de Coragem, em Boston, elogiou os deputados que optaram pelo voto "difícil", isto é, a favor da reforma da saúde, com especial atenção para aqueles que perderam os assentos por terem tomado essa decisão. "Estes homens e mulheres [que votaram pela lei de saúde] fizeram o correcto, o difícil, eles foram perfis de coragem", afirmouObama, naquele que foi o seu primeiro discurso de tom político desde que deixou a Casa Branca a 20 de Janeiro.
"É a minha entusiasta esperança e entusiasta esperança de milhões de pessoas que, independentemente do partido, essa coragem seja possível. Que os membros do Congresso de hoje estejam dispostos a olhar para os factos e dizer a verdade, inclusive quando isso vai contra os dogmas do partido", apontou.
"Espero que os actuais membros do Congresso reconheçam que é preciso pouca coragem para ajudar aqueles que já são poderosos, cómodos e influentes, mas que é necessária uma grande coragem para defender os vulneráveis, os convalescentes e os doentes", insistiu, aludindo às consequências do projecto de lei apresentado pelos republicanos.
Neste discurso, Barack Obama não entrou em guerras partidárias e nunca mencionou o nome do sucessor, Donald Trump, que critica frequentemente a anterior administração.
Lembre-se que Câmara dos Representantes dos Estados Unidos, de maioria republicana, adoptou na quinta-feira um texto de revogação e substituição da emblemática lei de Barack Obama sobre a saúde, o que constitui uma vitória para Trump. A adopção do diploma ocorreu após várias semanas de negociação na bancada republicana e duas tentativas falhadas para aprovar o texto.