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Atletas olímpicos da Coreia do Norte podem ser castigados por selfie com sul-coreanos

Luana Augusto
Luana Augusto 02 de setembro de 2024 às 15:41
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Os norte-coreanos foram alvo de críticas num relatório apresentado às autoridades por "sorrirem" enquanto posavam ao lado do "inimigo número um". 

Os mesa-tenistas norte-coreanos Kim Kum-yong e Ri Jong-sik podem ser punidos por terem tirado uma selfie com os seus congéneres sul-coreanos, Lim Jong-hoon e Shin Yu-bin, durante os Jogos Olímpicos de Paris, no pódio de duplas mistas. Os medalhistas de ouro chineses, Wang Chuqin e Sun Yingsha, também apareceram nas fotos.

Segundo o jornal britânico The Guardian, os norte-coreanos foram alvo de críticas num relatório apresentado às autoridades por "sorrirem", enquanto posavam ao lado do seu "inimigo número um". 

"O Comité Olímpico Internacional (…) tem a responsabilidade de proteger os atletas de todas as formas de assédio e abuso, tal como estabelecido na Carta Olímpica", afirmou a Human Rights Watch em comunicado. "Os atletas norte-coreanos não devem temer represálias pelas suas ações nos Jogos, sobretudo quando as suas ações incorporam os valores de respeito e amizade, sobre os quais o movimento olímpico se baseia." 

O Daily NK, um site focado na Coreia do Norte, cita uma fonte de alta patente em Pyongyang ao adiantar que estes atletas foram instruídos a não interagir com concorrentes de outros países, inclusive com a Coreia do Sul, já que os "confraternizadores" poderiam ser punidos. Segundo a imprensa, Kim e Ri terão sido colocados sob "escrutínio ideológico" e terão sofrido uma "limpeza ideológica" de um mês desde que regressaram a casa, em meados de agosto. 

A selfie foi tirada num momento de elevadas tensões entre ambas as Coreias. Não está claro quais as sanções que os jogadores poderão enfrentar. Segundo o Korea Times, as consequências podem depender dos remorsos que cada atleta demonstre. 

Na sequência deste episódio, o Daily NK relembrou o caso da seleção de futebol norte-coreana que foi eliminada do Mundial de 2010, na África do Sul, depois de ter perdido três jogos da fase de grupos e sofrer 12 golos. Os jogadores terão sido submetidos a uma tortura de seis horas por "traírem" a luta ideológica da nação comunista, enquanto o treinador, Kim Jun-hun, foi forçado a trabalhar num estaleiro de construção. 

REUTERS/Kim Hong-Ji
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