A população admite serem restos mortais de supostos terroristas abatidos.
A população de Mandava, província moçambicana de Cabo Delgado, encontrou três corpos com sinais de baleamento, relataram esta sexta-feira à Lusa fontes da comunidade local, palco de ataques recentes de grupos terroristas.
Corpos de presumíveis terroristas encontrados em Cabo Delgado, MoçambiqueAP Photo/Tsvangirayi Mukwazhi
Os restos mortais, em adiantado estado de decomposição, foram encontrados na terça-feira, nas matas de Namilango, a cerca de 10 quilómetros daquela aldeia do distrito de Muidumbe, por um grupo de populares que averiguava a situação de segurança, tentando retornar aos campos agrícolas.
"Foi um grupo de populares que ia ver se dá ou não ir a machambas [campos agrícolas] para ver a situação e de lá viu corpos debaixo de árvore", disse uma fonte a partir de Muidumbe.
A população admite serem restos mortais de supostos terroristas abatidos na sequência de uma emboscada das Forças Armadas de Defesa moçambicanas e Força Local no dia 16 de novembro.
"Pelos vistos são terroristas mortos no dia 16 pelos militares", disse outra fonte local.
Devido aos recentes ataques, alguns residentes de Nampanha, Mandava, Namacule e Muambula, abandonaram as suas casas receando novos ataques.
A organização ACLED estima que a província moçambicana de Cabo Delgado registou 14 eventos violentos entre 10 e 23 de novembro, envolvendo extremistas do Estado Islâmico e provocando 12 mortos.
De acordo com o mais recente relatório da organização de Localização de Conflitos Armados e Dados de Eventos (ACLED, na sigla em inglês), dos 2.270 eventos violentos registados desde outubro de 2017, quando começou a insurgência armada em Cabo Delgado, um total de 2.107 envolveram elementos associados ao Estado Islâmico Moçambique (EIM).
Estes ataques provocaram em pouco mais de oito anos 6.341 mortos, refere no novo balanço, incluindo as 12 vítimas reportadas nestas duas semanas de novembro.
"Os confrontos entre as forças estatais e o EIM foram retomados no distrito de Macomia, no que parece ser uma importante operação de contra-insurgência em curso", lê-se no relatório, que recorda que o Estado Islâmico afirmou num boletim semanal que, em 10 de novembro, o EIM repeliu tentativas das Forças Armadas de Defesa de Moçambique (FADM) de recuperar um posto avançado em Quiterajo.
"A 15 de novembro, o EI afirmou ter ferido dois soldados ruandeses num confronto 20 quilómetros a sul, na aldeia de Cogolo. Seis dias depois, fontes locais afirmam que ocorreu outro confronto em Cogolo, quando o EIM emboscou as forças ruandesas que tinham descoberto um engenho explosivo improvisado colocado pelo grupo. Não se registaram vítimas mortais e, de acordo com uma fonte, o EIM sofreu feridos no confronto", descreve ainda o ACLED.
A província de Cabo Delgado, no norte de Moçambique, rica em gás, é alvo de ataques extremistas há oito anos, com o primeiro ataque registado em 05 de outubro de 2017, no distrito de Mocímboa da Praia.
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