Sábado – Pense por si

Amnistia Internacional acusa a Myanmar de incendiar aldeias rohingyas

No Myanmar está-se a assistir a "uma conquista de terra pelos militares numa escala dramática", denuncia a Amnistia Internacional.

A Amnistia Internacional acusa as forças da Birmânia (Myanmar) de estarem a arrasar a região de Rakhine, incendiando vilas e aldeias habitadas pelas comunidadesrohingya, forçando-as a fugirem para escaparem da limpeza étnica.

Num relatório intitulado "Myanmar: Militares ganham terreno à medida que as forças de segurança criam bases nas aldeias Rohingya incendiadas", a organização de direitos humanos documenta através de testemunhos e imagens de satélite a intensificação da militarização do estado de Rakhine.

"O que estamos a assistir no estado de Rakhine é uma conquista de terra pelos militares numa escala dramática. Novas bases estão a ser construídas para abrigar as mesmas forças de segurança que cometeram crimes contra a humanidade contra osrohingya", criticou Tirana Hassan, directora de Resposta a Crises da Amnistia Internacional.

Segundo a organização, as forças militares birmanesas estão a construir, nas terras de onde osrohingyase viram forçados a fugir, novas estradas, bases militares e outras estruturas, desde Janeiro passado, tornando cada vez mais impossível o regresso dos refugiados às suas casas.

Tirana Hassan afirmou ainda que o repatriamento dos refugiadosrohingyapresentes no Bangladesh é uma realidade muito distante: "O repatriamento voluntário, seguro e digno dos refugiadosrohingyaestá ainda mais distante. As suas casas foram destruídas".

A Birmânia, de maioria budista, não reconhece a cidadania aos rohingya, muçulmanos, e submete-os desde há décadas a todo o tipo de discriminações, incluindo restrições à liberdade de movimentos e ao acesso ao mercado de trabalho.

O êxodo dosrohingyasteve início em meados de Agosto, quando foi lançada uma operação militar do exército birmanês contra o movimento rebelde Exército de Salvação do Estado Rohingya devido a ataques da rebelião a postos militares e policiais. Perto de 700 milrohingyasestão refugiados no território do Bangladesh.

A Ucrânia não ficará sozinha

Zelensky vê na integração na UE uma espécie de garantia de segurança, ainda que não compense a não entrada na NATO. É possível sonhar com um cessar-fogo capaz de evitar uma futura terceira invasão russa da Ucrânia (agora para Odessa e talvez Kiev, rumo às paredes da frente Leste da UE)? Nunca num cenário de concessão do resto do Donbass. O invadido a oferecer, pela negociação, ao invasor o que este não foi capaz de conquistar no terreno? Não pode ser. Aberração diplomática que o fraco mediador Trump tenta impor aos ucranianos.