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Alemanha declara ilegal grupo neonazi que atuava nas redes sociais

23 de junho de 2020 às 09:13
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Ministério do Interior diz que "o extremismo de direita e o antissemitismo também não têm lugar na Internet". Foram realizadas buscas na Renânia do Norte-Vestfália, Saxónia, Brandemburgo e Baixa Saxónia.

A Alemanha declarou ilegal um pequeno grupo neonazi que atua principalmente nas redes sociais, anunciou, esta terça-feira, um porta-voz do Ministério do Interior.

"Desde esta manhã, foram tomadas medidas policiais em quatro estados regionais", publicou Steve Alter na rede social Twitter, referindo-se a buscas que têm como alvo um grupo de extrema-direita chamado "Nordadler" ("Águia do Norte").

O porta-voz acrescentou que "o extremismo de direita e o antissemitismo também não têm lugar na Internet".

As buscas estão a ocorrer na Renânia do Norte-Vestfália, Saxónia, Brandemburgo e Baixa Saxónia.

É a terceira vez este ano que o Ministério do Interior bane um grupo de extrema-direita, após duas em janeiro e em março.

A Alemanha assumiu o terrorismo de extrema-direita como uma ameaça prioritária, após vários ataques nos últimos meses, em particular contra uma sinagoga em Halle, no leste do país, em outubro de 2019, e contra bares onde se fuma shisha, em Hanau, perto de Frankfurt, em fevereiro.

O grupo hoje banido usa símbolos e linguagem do Terceiro Reich e apresenta-se como nostálgico de Adolf Hitler e dos principais representantes neonazis da época.

"Nordadler", marcado pelo seu antissemitismo, teve o projeto de estabelecer uma comunidade neonazi no interior da Alemanha.

Através de mensagens pela aplicação móvel Telegram, os simpatizantes expressaram apoio ao autor do ataque à sinagoga de Halle, que quase acabou num massacre no dia de Yom Kipur, uma importante data do calendário judaico.

Este é o 20.º grupo de extrema-direita proibido pelo Ministério do Interior alemão.

Em 19 de março, o Governo alemão proibiu e dissolveu um grupo ligado aos círculos do "Reichsbürger" (Cidadãos do Reich), um movimento de extrema-direita que não reconhece a soberania da atual Alemanha.

Logo no início do ano, em 23 de janeiro, o ministro do Interior alemão anunciara a ilegalização do ramo alemão da organização neonazi Combat 18, medida que pretendia ser "uma mensagem clara" para todos os grupos de extrema-direita e antissemitas.

O assassínio de nove imigrantes e uma agente da polícia entre 2000 e 2009 pelo grupo Clandestinidade Nacional-Socialista (NSU), o "repugnante homicídio" do autarca Walter Lübcke em 2019 e o ataque antissemita em Halle no mesmo ano mostraram, "da forma mais brutal", que a extrema-direita e o antissemitismo "são uma ameaça considerável" à sociedade liberal, sustentou então o governante.

O Combat 18 Deutschland era um ramo do grupo britânico Combat 18, uma ala do British National Party (BNP) fundada em 1992, em que o número 18 representa a primeira e a oitava letras do alfabeto, A e H, iniciais do líder nazi Adolf Hitler.

Antes do Combat 18 tinha sucedido o mesmo ao Weisse Wölfe Terrorcrew (Grupo Terrorista dos lobos Brancos), em 2016.

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