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 Afinal o ministro da Defesa da Suécia já não vai à Turquia

Para que a adesão da Suécia e da Finlândia à NATO seja aprovada a Turquia exigiu uma série de medidas contras membros e atividades do Partido dos Trabalhadores do Curdistão, uma vez que muitos deles procuram asilo nos países nórdicos.

O governo da Turquia cancelou o convite que tinha feito ao ministro da Defesa sueco para uma visita oficial ao país. Este é o mais recente momento de tensão entre os dois países que tem dificultado a adesão da Suécia e da Finlândia à NATO.

REUTERS/Marko Djurica

Estava previsto que Pal Jonson, ministro sueco, se descolasse a Ancara durante a próxima semana, no entanto na sexta-feira a visita acabou por ser cancelada e a decisão foi anunciada este sábado pelo ministro da Defesa turco.

Segundo o referido por Hulusi Akar o convite foi retirado como resposta à realização de mais uma manifestação de apoio à comunidade curda em Estocolmo. A manifestação em questão é relativa ao acordo assinado entre a Turquia, a Suécia e Finlândia, em 2022, para que a Turquia não bloqueasse a adesão dos dois países nórdicos à aliança militar da NATO.

Para Hulusi Akar os protestos na Suécia acabam por "esvaziar" a oportunidade da visita dos representantes suecos à Turquia, já na semana passada a visita do presidente do parlamento sueco, Andreas Norlén, foi cancelada.

Em maio do ano passada, devido ao aumento de pressão causado pela invasão à Ucrânia a Suécia e a Finlândia formalizaram os seus pedidos de adesão à NATO, no entanto este processo só fica concluído depois dos 30 membros atuais da aliança o aprovarem.

Para aprovar a adesão destes dois candidatos a Turquia exigiu que a Suécia e a Finlândia aprovassem uma série de medidas contras membros e atividades do Partido dos Trabalhadores do Curdistão, uma vez que muitos deles procuram asilo nos países nórdicos.

Ancara conseguiu obter um compromisso com vista à extradição de dezenas de curdos, considerados terroristas pelas autoridades turcas. A primeira extradição já foi realizada no início de dezembro e Mahmut Tat acabou por ser condenado a seis anos de prisão.

Já em 2023 o Supremo Tribunal sueco recusou a extradição do jornalista curdo Bulent Kenes, que a Turquia considera ser um dos responsáveis pela tentativa de golpe de Estado de 2016, o que levou Erdogan a afirmar que a Suécia tem de fazer mais cedências para poder contar com a aprovação da Turquia para a adesão à NATO.

Além da Turquia a Hungria é o único membro da aliança que ainda não ratificou a adesão dos países nórdicos à aliança militar. No entanto a Turquia é o único membro que ameaça vetar a adesão.

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