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Witkoff diz que Putin concordou com garantias de segurança inspiradas no pacto de defesa da NATO

Lusa 17 de agosto de 2025 às 16:29

O enviado especial norte-americano afirmou ainda que a Rússia aceitou assumir um compromisso legislativo de não anexar qualquer território adicional na Ucrânia.

O enviado especial dos Estados Unidos, Steve Witkoff, disse este domingo que Putin concordou, na cimeira com Donald Trump, que sejam dadas à Ucrânia garantias de segurança semelhantes ao mandato de defesa coletiva da NATO.
Evelyn Hockstein/Pool Photo via AP
"Conseguimos obter a seguinte concessão: que os Estados Unidos poderiam oferecer proteção semelhante à do artigo 5.º, que é uma das verdadeiras razões pelas quais a Ucrânia quer entrar na NATO", disse Steve Witkoff no programa "State of the Union" da CNN. "Foi a primeira vez que ouvimos os russos concordarem com isso", acrescentou. Witkoff, que revelou alguns dos primeiros detalhes do que foi discutido na cimeira de sexta-feira no Alasca, disse que as duas partes concordaram com "garantias de segurança robustas", descrevendo-as como "revolucionárias". A Rússia, acrescentou, disse que assumiria um compromisso legislativo de não anexar qualquer território adicional na Ucrânia. "Os russos fizeram algumas concessões relativamente às cinco regiões [do leste da Ucrânia]. Há uma discussão importante sobre Donetsk e o que acontecerá lá", disse Witkoff na entrevista, que acontece dois dias após uma cimeira entre os Presidentes Donald Trump e Vladimir Putin em Anchorage, no Alasca, e da qual não saíram avanços em relação a um cessar-fogo na Ucrânia. As declarações surgem também na véspera da receção na Casa Branca do Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, e de líderes europeus. O enviado de Donald Trump para a Ucrânia mostrou-se otimista em relação ao encontro, manifestando a expectativa de que se possa chegar a um consenso. "Estou otimista de que teremos uma reunião produtiva na segunda-feira, que chegaremos a um consenso real, que poderemos voltar aos russos e avançar com este acordo de paz e concluí-lo", disse Steve Witkoff. Witkoff defendeu a decisão de Trump de abandonar a pressão para que a Rússia concordasse com um cessar-fogo imediato, dizendo que o Presidente tinha mudado para um acordo de paz porque se tinha feito um grande progresso. "Começámos a ver alguma moderação na forma como eles estão a pensar em chegar a um acordo de paz final. Cobrimos quase todas as outras questões necessárias para um acordo de paz", disse, sem dar mais detalhes. Também hoje, Donald Trump reclamou "grandes progressos" com a Rússia numa mensagem sucinta publicada na sua rede social, Truth Social. "Grandes progressos em relação à Rússia. A acompanhar!", escreveu. A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, elogiou já a proposta de Donald Trump de oferecer garantias de segurança à Ucrânia inspiradas na NATO (Aliança Atlântica) e disse esperar uma cimeira tripartida “o mais rapidamente possível”. Vários líderes europeus, incluindo o primeiro-ministro português, Luís Montenegro, estão hoje reunidos por videoconferência com o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, para preparar o encontro com o Presidente dos Estados Unidos da América (EUA). O encontro de segunda-feira, que decorrerá na Casa Branca, foi convocado após a cimeira entre o líder norte-americano e o homólogo russo, Vladimir Putin, no Alasca, que terminou sem um acordo de cessar-fogo na Ucrânia, como pretendia Donald Trump. Depois da cimeira de sexta-feira, o Presidente dos EUA passou a defender um acordo de paz como solução para a guerra na Ucrânia, iniciado pela invasão russa em fevereiro de 2022.
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